sss



28 fevereiro 2010

rebuilding IV



a morada é mutável e confesso que a escolha me dividiu.
os meus conteúdos fundem-se melhor no negro mas reconheço a leveza do branco e sempre gostei de mudanças. quem me conhece sabe que sou viciada na clarividência escandinava e qual a importância da parede branca onde me liberto das poluições da cidade.
mas num pequeno detalhe do andar atlântico nascia o fundamento. por aqui usa-se disto e juntando o facto de que os ecrans pretos pouparem energia escolhi - pelo menos por agora - ir salvando o Universo.

27 fevereiro 2010

rebuilding III

quase rainha do html, ainda me falta descobrir como criar mais espaço entre a imagem e o primeiro post/acerca de mim e retirar os parentisis do arquivo. alguém sabe?

sobre preto ou branco, ainda estou na dúvida.

26 fevereiro 2010

rebuilding II

esta morada está em teste. prefere esta versão branca?

rebuilding

4332570572_8b7ddcbd18_o
o autor do registo andou a arrumar esta morada.
to be continued.

25 fevereiro 2010

PersonalTime Newsletter | Mar 2010



Viagens imaginadas, bilhetes para concertos esgotados ou gelo às duas da manhã. Já sabe que os seus desejos são para nós um desafio. Tudo o que precisar, 365 dias por ano, 24 horas por dia, a PersonalTime orgulha-se de estar a conquistar a confiança de quem já não consegue viver sem nós. Este mês uma elevação ao manifesto do chefe Luis Baena, o mais charmoso Hotel do Porto, as novas tendências da exuberante M.A.C. e o testemunho de Victor Pinto da Fonseca, responsável por um dos edifícios mais livres da cidade.
Com Judith Barry convidamo-lo ainda a relaxar e a desprender o corpo dos limites.
Um elogio ao seu tempo pessoal, como sempre.

explore a PersonalTime aqui e leia a newsletter aqui.

nós e as palavras

23 fevereiro 2010

coming soon



eles vão invadir a cidade.

oui c'est moi



O sonho não era violoncelo. Tinha apenas sete anos quando manifestei vontade de aprender violino. Não me levaram a sério e como filha de um alfarrabista, ainda me questiono como teria sido "se". Mas hoje sei que a vida é sábia e que de alguma maneira somos conduzidos para os nossos dons maiores.

Uma Outra Educação fez-me viajar ao passado, às fardas dos colégios que me deram o rigor e o brio profissional que transporto hoje comigo. Cada vez mais ecuménica, os dias vividos na antiga Batávia libertaram-me de formatar a minha espiritualidade apenas a uma religião. A forma não é o mais importante. E no alinhamento de uma educação bem portuguesa, ainda sei coser botões - salvando-me muitas vezes da palavra dependência - ainda sei usar uma máquina de costura, tricotar mantas de lareira ou organizar e cozinhar para uma jantar de cinquenta pessoas, com centros de mesa dignos de um filme como o Vatel ou Maria Antonieta (para pedir desculpa de não ter encontrado o primeiro link em francês, ofereco-vos o segundo acompanhado dos The Strokes).

Felizmente nenhum dos dotes de fada do lar fez de mim uma mulher mais sábia, antes pelo contrário. Por ingenuidade ou medo somos muitas vezes conduzidos a decisões menos certas. Mas como diz o filme, if we never did anything, we wouldn't be anybody. E não, a educação não vem toda nos livros e só a experiência e os erros (ou o que achamos na altura que foram erros) nos transformam em seres humanos mais elevados.

Não sei quantas mais vezes terei de cair até chegar ao cenário do futuro, onde me imagino com sessenta anos, de botas de verniz preto de salto alto e um penteado tipo Audrey Hepburn. Nesses dias distantes serei mais sábia e estarei rodeada de amigos que não aprodrecerão a mente com o tempo. E nessas mesas de jantar onde conversaremos durantes horas, visualizo o caminho, com a inclusão da preciosidade de todos os dias menos claros. Na beleza de tudo isto Paris não foge.

Na distância de um tempo demorado, um viajante da cidade chamou-me de "rebelde". Esse mesmo viajante chamou-me também de "Branca de Neve". Sim, acho que sou tudo isso, o inconformismo e o conto de fadas.

E hoje, abraçada à certeza de que nunca é tarde demais para reconstruir e vizualiando com ternura os que param na minha carruagem, reacendo com agradecimento a liberdade que me move,
I feel wise, but not very old.



mude




















mude
ou sinta a água a correr pelas mãos,
no banho mais colorido da cidade.

22 fevereiro 2010

why blue


make it red. red is the colour for anger and desire.

O Ípsilon chamou-lhe obra prima.
Cénicamente quase perfeito - para deixar cair o "quase" teria de estar perante registos de Wong Kar Way - Um Homem Singular é um elogio à realização.

Na intensidade dos dias menos claros, o ano dourado move-se depressa demais. Justificado talvez por incertezas tão bem expressas nas palavras do rei, ou por estações onde os viajantes param, infelizmente por insegurança, muito pouco tempo, no testemunho, a confirmação de que o amor pode ainda ser comparado aos autocarros. Its just to wait until we catch another one.

E se o azul é nomeado como cor espititual
não apenas nas aparições de Krzysztof Kieslowski,
a retenção da certeza,

life should be about present?


21 fevereiro 2010

berlinale



quem me conhece bem, sabe que pela congelação do registo, o urso poderia ser merecido. mais aqui.

appearance



there's a crack in everything,
that's how the light gets in.

19 fevereiro 2010

pés no chão, cabeça no céu



Uma casa, para a possuirmos temos de nos confundir com ela.
Por isso, como nos livros antigos, uma noite,
deparamos com o nosso corpo imobilizado
no interior de uma imagem que a memória guardou.

A pele incendeia-se,
um instante,
da mesma maneira que os alicerces da casa
- e o nosso coração - ardem.

18 fevereiro 2010

unfinished II

.

reconhecerei sempre
as ruínas daquilo que amei,
daquilo que nomeei para entender o mundo. A.B.

agarra nesta chave - desvenda o espaço
onde podes prolongar aquilo que cessou.
das mãos nasceram os gestos exactos e a imobilidade.
dizem que a morte dá tranquilidade ao corpo e à alma.
torna-os felizes.
aquilo que acabou de morrer ainda não recomeçou a viver.

por isso,
é sagrada a água onde mergulhas este segredo.

15 fevereiro 2010

miss mascarade II



Padmé will be.

14 fevereiro 2010

atlantic place

a solidão das coisas e dos seres torna-os únicos,

intocáveis.
A.B.

11 fevereiro 2010

unfinished


viajamos,
porque é necessário enfrentarmos o desamparo dos dias,
ao mesmo tempo que procuramos um lugar para descansar
e nele ansiarmos por um regresso.
A.B.


10 fevereiro 2010

nesses dias distantes



mesmo num dia menos claro, em que fui testada pela morte lenta de quem me gerou vida marquei encontro com a beleza na carta do meu amigo viajante. sempre lhe defendi o dom e lembro-me desses dias distantes, em que Rosa Lobato Faria me chegava pelas suas conversas.

li a carta e o dia iluminou-se. pensei nas duas pessoas a quem vou enviar este post. e enquanto tenho consciência que não consigo dizer ou escrever mais nada, agradeço o privilégio. também se chama Rosa e sou responsável pela sua alma nesta vida.

quanto ao viajante,
congelo a elevação da beleza do Mundo. obrigada.

miss mascarade



para quem não sabe onde se mascarar, partilho os contactos da Bambolina Teatro da Ana Brito e Cunha. O guarda roupa é um estrondo e há sempre (sempre) solução.

explore aqui e aqui. Para marcações ligue 91 814 0179.

09 fevereiro 2010

criarte no Expresso Economia



O hábito de sublinhar os livros que lê, e a necessidade de partilhar essas citações com os outros, foi o ponto de partida da marca de design cultural criarte, que foi adquirida pela Arquivo, livraria de Leiria que representa os cadernos Moleskine em Portugal. O projecto começou em 2002 com o lançamento de um caderno de notas com frases de Manuel Hermínio Monteiro, editor da Assírio & Alvim, ao qual se juntaram as palavras de Mário de Sá Carneiro, Mário Cesariny, Ruy Belo, Camilo Pessanha e José Tolentino Mendonça.

Neste momento, os livros de notas são um projecto que está abandonado, porque a prioridade são as camisolas que estão em processo de relançamento. “Lançámos a edição especial ‘tenho em mim todos os sonhos do mundo’, de Álvaro de Campos, e queremos ver como é que as coisas correm. Temos material promocional para fazer montras de livrarias, mas a prioridade é fazer um produto bem feito”, explica Sancha Trindade, mentora da marca que vendeu à Arquivo mas à qual continua ligada.

Mensagens fortes com impacto emocional é o que Sancha Trindade procura quando selecciona as frases que serão estampadas nas camisolas. “É sempre importante que as mensagens tenham impacto já que circulam pelas ruas como uma segunda pele, que é também partilhada com outros viajantes da cidade”, justifica. Em termos de vendas, Sancha Trindade revela que se trata, por enquanto, de volumes pouco representativos porque a estratégia comercial e de marketing só foi retomada no final de 2009, quando a criarte foi adquirida pela Arquivo.

Certa de que estas camisolas nunca serão um produto massificado, Sancha Trindade espera que as vendas cheguem às 4 mil unidades. As camisolas estão à venda em cerca de 30 pontos de venda espalhados pelo país — entre a loja do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a Papel e Companhia, no Porto, e o Museu do Caramulo —, mas os mercados internacionais são uma ambição. “Tenho falado com a Alexandra Vieira (dona da Arquivo) para estarmos em eventos internacionais.

Sobre língua e poesia”, avança, referindo a vontade de marcar presença no Museu de Língua Portuguesa, em São Paulo. O português falado no Brasil não a incomoda. Aceita o acordo ortográfico como uma evolução da língua: “Faz-me um bocadinho de confusão, mas chateia-me mais ver SMS escritos com k’s.” A ligação à livraria de Leiria começou como um ponto de venda da criarte, com o qual Sancha mantinha uma boa relação. “Quando voltei de viver da Grécia decidi vender a marca. Vendi 100%, mas ficou estabelecido no contrato que receberia royalties sobre as vendas”, recorda.

Da ligação com a Arquivo vai nascer também o vinho criarte, produzido numa herdade no Alentejo, que faz parte do universo empresarial da livraria, cujos rótulos ostentaram frases de autores em português. Quanto ao lançamento de cadernos Moleskine com frases de autores portugueses, Sancha refere que não se trata propriamente de um desejo, mas é uma possibilidade numa segunda linha de desenvolvimento da criarte.

Catarina Nunes, Expresso Economia a 6 de Fevereiro 2010

seguir a criarte



a criarte a partir de hoje passará a ter uma página no facebook em vez de um grupo. caso queira continuar a seguir a poesia e as palavras da criarte convidamo-lo a aceitar a página. o grupo será desactivado. para entrar basta clicar aqui.

body without limits



fui ontem ao preview da exposição de Jutith Barry. Don't miss it.

Com origem na teoria da literatura e do cinema, e na sua experiência com a dança e a performance, a artista tem traduzido directamente muitas destas ideias em relações físicas específicas que colocam o espectador em diálogo com o conteúdo das suas instalações. Para o fazer, Judith Barry constrói uma diversidade de “posições do sujeito” para o espectador, utilizando frequentemente técnicas de cinema e, em particular, de montagem. Estas posições funcionam como perspectivas, ou pontos de vista, e permitem ao espectador aceder ao significado da obra ao habitar o espaço da instalação e, simultaneamente, conferir múltiplos sentidos à experiência. É precisamente esta va¬riedade de formas e a grande amplitude das suas investigações que tornam a obra de Judith Barry crucial para muitos debates actuais no âmbito das práticas artísticas contemporâneas.

to follow


para seguir este blog no facebook entre aqui.

08 fevereiro 2010

A cidade na ponta dos dedos l O amor e a cidade



clique na imagem ou se é assinante do Expresso aqui.

Num mês apaixonado, um portal de luxo com responsabilidade social, um restaurante do chefe mais elegante de Santos e um chá que promete espalhar o amor pela cidade.

publicado a 6 de Fevereiro na Revista Única do Expresso.

GQ l Pelas ruas da cidade


O novo brunch do Chiado
Nunca é demais falar desta morada que me diz muito, não fosse quase colada ao alfarrabista do meu Pai. Cresci a subir e a descer as ruas do Chiado e assistir ao nascimento de tantos lugares novos, na minha capital deixa-me feliz pela evolução da cidade. O Chiado já oferecia os mais animados brunchs de fim-de-semana, no Royal ou no Kaffehaus, mas acaba de surpreender Lisboa, com a sofisticação do Quinoa que se instalou num antigo antiquário. Quem sobe a Rua do Alecrim em direcção ao Camões, não fica indiferente à porta encarnada do número 54. Depois da entrada, o Quinoa é uma padaria, uma casa de chá, uma morada para petiscos nocturnos de Quinta a Sábado e ainda uma loja gourmet. Com as vitrinas mais apetecíveis da cidade, os bolos, as tartes e as miniaturas abrem lugar a um novo conceito, felizmente mais bonito, das montras da pastelaria em Portugal. O pão em dez variedades é feito dentro de portas com farinhas biológicas, sem fermentos nem aditivos, mas apenas com a fermentação natural. Da carta inundada com ingredientes de excelente qualidade, destaco o brunch com o nome da casa, composto de uma taça de iogurte bio com granola e fruta fresca, selecção de pães, croissant ou brioche ou pain au chocolat, chá ou chocolate quente ou meia de leite, sumo de fruta natural, salada fria de queijos e enchidos e ainda ovos mexidos. Nos bagels a não perder o de requeijão e doce de abóbora, nas sanduíches quentes a de queijo da ilha e presunto e nas frias a de presunto com peras assadas e queijo roquefort e o trilogia de hambúrgueres biológicos, com mostarda, queijo emental e cebola caramelizada. A destacar também as sopas caseiras, os sumos naturais, as tartes merengadas, o iogurte grego com mel e nozes e os suspiros com canela. Ainda bolachas e empadas miniatura e uma selecção de produtos gourmet que passam pela Fauchon, a Mariage Frères ou pelas biológicas Prestat, Organiko ou Choco Vic. O chá de serviço é da Kusmi Tea, a apresentação e o serviço são extraordinários.

A cantina é cool
Não percebi ainda a falha de ter estado tanto tempo sem a conhecer. Não há dúvidas, a cantina tem mesmo muita graça e a qualidade da luz, perfeita, faz acontecer uma das minhas novas salas de jantar da cidade. Descontraída, divertida e eficiente, os candeeiros são raladores de legumes, as toalhas um verdadeiro clássico e os individuais uma das ideias mais elevadas que invadiu os restaurantes mais cool da cidade (também está no Buenos Aires nas escadinhas do Duque). Concebidos pela “Migalhas”, os individuais são também uma agenda cultural, uma genialidade a explorar em www.migalhas.org. A minha escolha elege a Pasta Baldraca, composta de fusilli, azeite, alho, espinafres, farinheira, requeijão e pimenta. Na escolha das sobremesas há opção entre pannacotta, o bolo de chocolate que não aconselho e ainda uma variedade de gelados. O serviço por ser tão eficiente peca por tirarem o prato da nossa companhia antes de terminarmos o nosso. E mesmo sem sobremesas à altura ou um couvert sem pão quente, a cantina vale mesmo a pena, nem que seja pela relação qualidade preço ou pelo ambiente, no meu testemunho sempre transversal e cosmopolita. Depois é só não esquecer que estamos numa cantina.

Para o ano dourado
Chamem-lhe capricho ou o que quiserem, mas desde que voltei para Portugal insisto em ter no frigorífico do andar atlântico uma garrafa de champagne. Nunca se sabe quem pode aparecer e a vida é curta demais para não estarmos preparados para o melhor. Nas grandes eleições para ir festejando o ano dourado, partilho o Cuvée René Lalou da Mumm, que produzido a partir da safra de 1998, contém um equilíbrio perfeito de uvas Chardonnay e Pinot Noir de doze vinhedos, localizados em toda a região de Champagne. Para beber e abusar em 2010.

das weisse band


o laço branco lembrou-me o poema do poeta de Igual para Igual.
pela neve sem vincar rasto
sempre caminhou
aquele que busca um amor.

04 fevereiro 2010

coming soon


the new most fancy Lisbon flavor,
brevemente numa das minhas colunas sobre a cidade.

03 fevereiro 2010

estamos juntos



O que é importante na vida? O que nos faz lutar e estar onde estamos? Cheguei à conclusão que é o amor, acreditar em algo muito forte que nos encoraja e que nos leva a continuar.
André Cepeda (na minha opinião, o merecedor do prémio Bes Photo 2009)
A exposição com os trabalhos de Patrícia Almeida, André Cepeda e Filipa César - finalistas da primeira fase do BES Photo 2009 - inaugurou ontem à noite no Museu Colecção Berardo. Os trabalhos inéditos dos artistas - a avaliar por um júri internacional que escolherá o vencedor - foram apresentados ontem aos jornalistas durante uma visita guiada no museu. O Prémio BES Photo, o maior galardão do país para a área da fotografia - ascende a 25 mil euros - já distinguiu anteriormente criadores como Helena Almeida (2004), José Luís Neto (2005), Daniel Blaufuks (2006), Miguel Soares (2007) e Edgar Martins (2008).
até 4 de Abril no Museu da Fundação Berardo.

02 fevereiro 2010

Shortcutz, one month after


Todas as terças-feiras, o bar Bicaense coloca em competição várias curtas-metragens nacionais. Mensalmente, é escolhido um vencedor, que é posteriormente divulgado nos parceiros oficiais do movimento e será levado a outras cidades da rede Shortcutz: Nova Iorque, Madrid e Londres.
Quem achou que o Rui de Brito estaria a ser ambicioso ao organizar todas as terças-feiras um movimento de curtas em Lisboa, enganou-se. Sempre lhe admirei a audácia e fico feliz pelo sucesso e pela energia longa na minha cidade. Na última sessão revelou-se a curta vencedora de Janeiro «Assim, Assim», do realizador Sérgio Graciano, na minha opinião merecedora a passos largos.
A curta-metragem que conta no elenco com Ivo Canela, Albano Jerónimo, Joaquim Horta e Isabel Abreu nos personagens apresentadas. A produção retrata relações humanas através de dois diálogos na cidade de Lisboa (delicioso). Dúvidas e a cumplicidade entre duas pessoas, entre outros temas, são os assuntos expostos no filme.
hoje há noite há mais. apareçam.






01 fevereiro 2010

fill the bill


o amigo sábio disse-me ser urgente e ainda mal aterrada do maravilhoso fim de semana no Porto mergulhei no Up in the air.
Com uma consistência diferente do que estava à espera, e com um epílogo mais fraco do que o imaginado (também no cinema, a satisfação é sempre igual a realidade menos a expectativa) não deixei de gostar do filme. O argumento enaltece o nosso papel mais elevado enquanto seres humanos inteiros e extensíveis, mas no final senti falta da irreverência do outro lado da história.
A genialidade está na proeza de nos conseguirmos identificar com as diferentes personagens várias vezes. A melhor cena do filme acontece no fill the bill. Em segundos identifiquei-me com a fragilidade ou insegurança da executiva iludida com o preconceito do que seria melhor. Mas mais do que palavras (e muito mais do que palavras perdidas em inconsistências que não respeitam a nossa entrega ou essência mais pura), os seres humanos medem-se, medir-se-ão sempre, pelos actos.
Já longe do cenário projectado, do cenário que se veio a revelar longe da beleza de um pacote embrulhado a ouro, reconheço mais uma vez que a vida tem sempre planos para nós, mais elevados do que aquilo que esperamos. E enquanto guardo os conceitos numa gaveta com chave, abraço as nossas certezas mais perto da beleza do mundo, ou de um voo livre de uma cena longe das cidades formatadas.
hoje, de volta ao jardim secreto solto a linha,
e voo lentamente.