Na minha Lisboa habitam lugares que não precisam de nome. Lugares que me envolvem, na construção de uma cidade europeia mais sofisticada. Da magia de uma companheira de quotidiano, hoje tenho a certeza da ambição de exigir mais e melhor a esta capital sem comparação.
A vista da varanda do hotel do Bairro Alto é um destes lugares tesouro, que me confirmam uma paixão de vida, sem prazo de validade. É no sexto andar de um dos hotéis mais concorridos da cidade, que muitas vezes me entrego à decisão do que ainda quero fazer pela minha Lisboa. Magnânima, a vista desta varanda é clara e intensa.
E se daqui abraço mais uma vez, um dos meus magos, o rio Tejo, é quando olho para a torre da Igreja de São Paulo, que confirmo tudo o que ainda pode ser feito.
Desta morada avisto ainda a minha infância, quando procuro o alfarrabista no número 44 da Rua do Alecrim. Debaixo de uma montra que contorna o nome que me define, encontro o Terreiro do Paço em azulejos e uma infância no antigo Chiado que me passaram esta paixão a Lisboa.
O amor confirma-se e se a história da cidade me inspira,
o futuro é hoje desafiante.