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30 outubro 2007

the brave one

in the burning of uncertainty.
obrigada pela devolução.

365 dias


o caminho
persegue exigente.

obrigada a todos os que andaram por aí.

28 outubro 2007

O Senso e a Cidade l Mais ingredientes para a Marca Portugal


aqui, aqui ou

Para bem dos nossos pecados, já está on-line o site do Fabrico Próprio, um projecto dedicado à Pastelaria Semi-Industrial Portuguesa e à sua relação com o design. Com autoria dos designers portugueses Rita João, Pedro Ferreira e Frederico Duarte, os nossos bolos estão a ser inventariados como “objectos de design de pleno direito, como o resultado de um processo de natureza projectual que caracteriza esta disciplina, onde forma, ingredientes, materiais, método e instrumentos de fabrico, se conjugam para chegar a um produto final.”

Na morada fabricoproprio.net, podemos acompanhar a concepção do futuro livro bilingue (português e inglês), com mais de 250 páginas, e que registará a nível fotográfico e enciclopédico, todos os bolos que identificamos em Portugal como Pastelaria Semi-Industrial Portuguesa.

Com um subsídio da Direcção Geral das Artes do Ministério da Cultura Português, e com o apoio institucional da AICEP - Portugal Global, do Centro Português de Design, da Embaixada de Portugal em Tóquio e do Centro Cultural Português no Japão, procuram-se ainda potenciais parceiros e patrocinadores para o projecto.

Sempre difíceis de repetir em casa, as receitas secretas, mas com acesso a todos, em qualquer balcão de café das cidades portuguesas, não deixam dúvida que a nossa pastelaria quotidiana é única no mundo. Nota vinte para esta iniciativa, fundamental para melhor conhecer esta fatia da nossa cultura, componente do nosso património gastronómico e que tanto contribui para a desejada marca Portugal. Relembrando um poema de Cesariny, numa alegria orgulhosa, mas que nada tem de surrealista, à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo, no riso admirável de quem sabe e gosta.

coluna de opinião publicada a 29 de Outubro no jornal Meia Hora.

evening


na expectativa,
ou em qualquer erro inexistente
a certeza,


de uma serenidade
sempre livre.

24 outubro 2007

um lux às quartas




Lisboa está ainda mais única aqui.

23 outubro 2007

a nona



quem já conseguiu o maior tesouro
de ser o amigo de um amigo,
quem já conquistou uma mulher amável
(...)
ela nos deu beijos e vinho e
um amigo leal até a morte.

22 outubro 2007

Mariza no David Letterman's Show

estado de insegurança


K., correu para a frente, agarrou-a, beijo-a na boca e depois em todo o rosto, como se fosse um animal sedento, lambendo desenfreadamente a superfície da água da fonte
finalmente encontrada.

O Senso e a Cidade l O Abraço de Prata


Lisboa convida-nos mais uma vez à palavra envolvência. No passado dia 12 de Outubro, na antiga Fábrica de Armas do Braço de Prata, aconteceu a Festa do Festival do Cinema Francês em conjunto com a Festa Lomo. Quem lá esteve confirma que a nossa cidade está a ficar diferente.

Num piso térreo com setecentos metros quadrados, num edifício de 1908, José Pinho da carismática livraria Ler Devagar e Nuno Nabais da Eterno Retorno surpreenderam os lisboetas com um projecto alternativo, a Fábrica do Braço de Prata. Aqui respiram-se livros, sentem-se exposições, conhecemos pessoas, tornamo-nos mais humanos e mais felizes por viver em Lisboa. Com nomes que nos convidam a descobrir segredos escondidos, as várias salas Kafka, Nietzche, Arendt, Deleuze, Virginia Woolf, Turing, Artaud, Tcekov, Visconti, Marguerite Duras e Beauvoir fazem deste espaço com ambiente minimalista, um lugar urgente a descobrir.

Uma livraria, uma sala dedicada à sétima arte com sessões de Quinta a Domingo, um café onde se pode petiscar fora de horas, um bar de jazz ao vivo com concertos todas as Sextas, uma sala para teatro (ensaios e espectáculos), uma loja de discos, uma loja de roupa em segunda-mão, uma galeria de arte, vários espaços para exposições temporárias, tertúlias e lançamentos e ainda uma esplanada constituem esta nova casa da cultura lisboeta. Para o futuro está previsto um cinema ao ar livre, há muito esperado pelo excelente clima da nossa capital.

Depois de uma noite, onde observei um sonho implementado, imagens presentes e sorrisos livres, partilho este enorme e profundo abraço de prata, que me faz acreditar que Lisboa está de facto a acontecer.
coluna de opinião publicada a 22 de Outubro no jornal Meia Hora

17 outubro 2007

to move

a vida

é perfeita.

16 outubro 2007

abraços de prata


em cada ferida que sara escondida do mundo
tu és igual a mim.

15 outubro 2007

quero-te bem


nos dias em que vens do nada,
as ambivalências curam o voo livre
das asas sem medo.

hoje
e sem amanhã,

não quero adormecer.

09 outubro 2007

ambivalência


o que de mais belo soube,
sempre o disse de repente
a alguém que não conhecia.

O Senso e a Cidade l Decadência no Conservatório



Inaugurado em 1881 e situado no antigo Convento dos Caetanos, no Bairro Alto, o Salão Nobre do Conservatório Nacional, da autoria do arquitecto Eugénio Cotrim, precisa urgentemente de obras de recuperação.
Além do magnífico tecto pintado por José Malhoa, o salão dispõe de uma acústica de excelência, a qual tem permitido preferência a gravação de discos e grandes elogios de vários artistas internacionais: Karl Leister (clarinetista solista da Orquestra Filarmónica de Berlim), Anthony Pey (solista inglês de grande nomeada), e de cantores como Peter Schreier, Sarah Walker e Mara Zampieri.
Desde a década de quarenta que não se efectuaram obras de manutenção, originando a degradação desta emblemática sala oitocentista. Paredes e tectos esburacados, um balcão lateral suportado por varões de ferro por estar em risco de ruir, um número considerável de cadeiras totalmente destruídas, cortinas rasgadas, camarins em precárias condições, alcatifas gastas e fios eléctricos visíveis, são alguns dos registos que denunciam uma intervenção de preservação urgente.
Em 2005 foi publicado um concurso público (DR - 3ª Série nº 239 de 15/12/2005 – Recuperação do Salão Nobre, galeria, palco, sub-palco, salas de apoio e cobertura-1ª fase - empreitada 135/05), o qual foi cancelado sem justificação. Tratando-se de um equipamento cultural indispensável, não só às actividades do Conservatório Nacional, mas também como pólo dinamizador do Bairro Alto e da nossa Lisboa, apelo mais uma vez e por estas linhas, ao bom senso das Ministras da Cultura e da Educação, de não permitir o ponto do não retorno.
coluna de opinião publicada a 8 de Outubro no jornal Meia Hora

03 outubro 2007

O Senso e a Cidade l Terminal de Cruzeiros



aqui ou

Para evitar mais um virar de costas da cidade ao rio, o Fórum Cidadania Lisboa e a Associação do Património e da População de Alfama debateram na passada 5ª feira, a construção do terminal de cruzeiros, em Santa Apolónia, uma obra da Administração do Porto de Lisboa. Com conclusão prevista para 2010, prevê-se a construção de um muro com seis metros de altura e cerca de 600 metros de comprimento.

Apesar de convidada, a APL não se fez representar no debate, o que me deixou bastante preocupada. A obra dispensa licenciamento camarário, por ser da responsabilidade da APL, entidade tutelada pelo Ministério das Obras Públicas, a qual tem jurisdição sobre a frente ribeirinha da cidade. O advogado José Miguel Júdice, que poderá vir a coordenar três sociedades para a reabilitação da frente Tejo, e o vereador dos espaços verdes da cidade, José de Sá Fernandes, asseguraram-nos a palavra “descanso” contra esta inacreditável parede, entre o bairro de Alfama e o Tejo. Como gata escaldada tenho receio de mais um balde de água fria, e não meus senhores, não dormirei descansada.

Concordo que Lisboa precisa de um porto e de um terminal de cruzeiros, a questão será “onde”. Nos cerca de 13 Km de Frente Tejo, não haverá um lugar menos prejudicial à vida dos que cá moram? Enquanto cidadã activa, penso ser urgente o governo colocar o projecto em discussão pública. É que antes de ser dos turistas, Lisboa é dos lisboetas e a energia de uma cidade está também nos sorrisos de quem a habita. Usando a boa expressão “matinal” de quem não dorme, se não formos nós a gostar da nossa cidade, quem gostará?

coluna de opinião publicada a 1 de Outubro no jornal Meia Hora
boa novidade e depois da data deste artigo aqui.

02 outubro 2007

homenagem


a unica verdadeira prisão é o medo
e a unica verdadeira liberdade nasce da libertação do medo.
Aung San Suu Kyi
(com especial agradecimento ao ao meu amigo JM)