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19 novembro 2007

O Senso e a Cidade l E fez-se Luz



aqui na página 6 ou
Ao observar o Aqueduto das Águas Livres, concretamente a Arcaria do Vale de Alcântara, volto a sentir com imensidão a cidade solta nos cabelos.
Com 941 metros de comprimento e 65 metros de altura, os 35 arcos constituídos por 14 ogivais e 21 de volta perfeita são um marco importante da história de Lisboa. Ao contemplar este monumento, do magnânimo reinado de D. João V estendo um sorriso, e desta vez mais iluminado.
Depois de dois anos sem luz, por degradação do anterior dispendioso sistema de iluminação, a magnífica obra de engenharia hidráulica volta a envolver-se com a magia nocturna da capital. Com comparticipação da EPAL, entidade que gere o Aqueduto, a Divisão de Iluminação Pública da CML remodelou os projectores no passado 8 de Novembro, colocados hoje no cimo dos seus pilares. Com a projecção equacionada em linhas de luz, de cima para baixo, os detalhes arquitectónicos estão agora mais realçados. Com uma nova concepção, mais eficiente e económica, o sistema baseia-se em lâmpadas de baixo consumo e de grande durabilidade, poupando muita energia, com uma redução de custos na ordem dos 90%.
Com probabilidade de algum príncipe desta cidade me imaginar de braço dado ao Velho do Restelo, imagem que reconheço sempre com um orgulho justo, não fosse esta coluna também sobre bom senso, hoje a nota é radiosamente positiva.
É que mesmo tropeçando na passividade de não querer ter mais e melhor, estamos sempre a tempo de alcançar a excelência, e numa outra mensagem, amar o património à noite vale sempre a pena, só é preciso que a luz não seja pequena.
coluna de opinião publicada a 19 de Novembro no jornal Meia Hora.

1 comentário:

  1. Minha querida Sancha,


    Ou meu querido farol,


    Como graça digo-te que o ARCO PRINCIPAL (o maior por baio do qual passam os popós) é o maior arco em pedra do mundo. Digo-te também que é anterior ao Terramoto de 1755. Sao uns dados muito engraçados de um aqueduto que abastecia de água Lisboa, vindo de Belas.



    Agora, por pontos como sempre:



    1. Boa descriçao dos teus cabelos ao vento.
    2. "Arcaria do Vale de Alcântara" bonita paisagem criada por nós (homens). Os meus bisavós tinham uma quinta (antes de falirem - que chic), mesmo por baixo do dito arco.
    3. Reduçao sustentável de energia da ordem dos 90% é um grande avanço (vivemos de avanços e retrocessos), até aparecerem uns ninhos de andorinha encandeados pelos novos projectores (e´melhor chamar-mos já a atençao para os problemas que os inimigos da ciência possam criar).
    4. "Radiosamente positiva" é a maneira apaixonada como escreves.
    5. Volto a citar o J. Palma: "ai Portugal, Portugal, do que é que tu estás à espera? Tens um pé numa galera e o outro no fundo do mar".
    6. Tu, já há muito, MUITO TEMPO, que flutuas, planas neste mundo que é o nosso. Ponderaçao é diferente de conservadorismo serôdio. Nao querendo parecer da outra ponta do espectro: AVANTE CAMARADA!
    7. Os Príncipes (mais ou menos encantados), sejam dessa cidade, ou de uma qualquer "Cidade Invisível", retirados dela por momentos, em qualquer latitude, sao os felizardos a quem dás o braço. Porque. Porque só assim eles brilham. E num brilho conjunto podem, DEVEM iluminar os aquedutos, as trevas e a ignorância.
    8. "É que mesmo tropeçando na passividade de não querer ter mais e melhor, estamos sempre a tempo de alcançar a excelência, e numa outra mensagem, amar o património à noite vale sempre a pena, só é preciso que a luz não seja pequena." Ainda bem que publicaste esta frase. É linda. É duplamente BRILHANTE. TEm um humor refinado e erudito. É profundamente esotérica e ... acima de tudo transpira PAIXAO. Já a li uma DATA de vezes.

    Obrigado.

    1 Beijinho,

    Guilherme

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