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05 novembro 2007

O Senso e a Cidade l A devolução do 24


aqui na página 7 ou

No passado dia 2 de Novembro, comemorou-se o centenário do nascimento da carreira do eléctrico 24. Nascida em 1907, esta linha percorria bairros como o Carmo, o Príncipe Real, o Rato, as Amoreiras ou Campolide, unindo o Cais do Sodré ao Alto de São João.

Suspensa temporariamente desde 28 de Agosto de 1995, devido às obras de construção do parque de estacionamento de Campolide, a falta desta linha deixou Lisboa carismaticamente mais pobre. Existe um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Carris, para activar o percurso de Campolide ao Largo do Carmo, após conclusão das obras do passadiço do Elevador de Santa Justa, sendo que as mesmas já terminaram.

Representando uma espinha dorsal, para pontos de atracção de excelência da cidade, como o Chiado e o Bairro Alto, não faria todo o sentido, devolver o 24, não só aos lisboetas, mas também aos nossos turistas?

Numa altura em que as grandes cidades mundiais, repensam a utilização dos meios de transporte, preferencialmente amigos do ambiente, evitando o automóvel nos centros históricos, não será fulcral repensar a rede de eléctricos da capital?

Porque acredito que o 24 poderá tornar-se num novo ícone lisboeta, relembro com cumplicidade as palavras de Fernando Namora. Os donos desta cidade não são furiosos automóveis, de garganta estridente, que aos poucos, foram aterrando a peonagem até chamar a si monopólio da via publica. Os eléctricos são os donos da cidade. Neles, os citadinos têm a sua última oportunidade de saber onde vivem e com quem vivem. Nos eléctricos enfim, as pessoas humanizam-se e a cidade desenruga-se.
coluna de opinião publicada a 5 de Novembro no jornal Meia Hora.
entre aqui para assinar a petição.

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