07 abril 2008
O Senso e a Cidade l Lisboa e o photoshop
aqui página 6 ou
A terceira travessia do Tejo foi aprovada na passada quinta feira, em Conselho de Ministros, com base num estudo comparativo do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil). O mesmo deu vantagem ao eixo Chelas/Barreiro em detrimento da Beato/Montijo, proposta no estudo sobre o novo aeroporto de Lisboa, encomendado pela CIP (Confederação da Indústria Portuguesa).
O presidente da Câmara de Lisboa anunciou que a nova travessia sobre o Tejo, entre Chelas e Barreiro, será rodoviária e ferroviária. Com uma extensão de 13 quilómetros, sete dos quais sobre o Tejo, com duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas laterais com três faixas cada para o tráfego rodoviário, a mesma permitirá assegurar a ligação em alta velocidade Lisboa - Madrid (TGV), a ter início em 2013. António Costa, defende ainda que parte das receitas das portagens deverão reverter para a melhoria dos transportes públicos da capital.
Questiono-me sobre a necessidade de uma terceira ponte nesta morada.Fará sentido uma travessia entre as já existentes 25 de Abril e Vasco da Gama? Enquanto qualquer cidade mundial restringe a entrada de carros nas cidades, reduzindo a poluição automóvel, fará também sentido aumentar o tráfego em Lisboa?
E sobre a enorme alteração ao impacto ambiental sobre a capital portuguesa, modificando por completo uma das mais importantes paisagens da cidade branca? Mesmo que o projecto da nova ponte venha a ser mais um ícone arquitectónico, temo por um dos mais bonitos postais de Lisboa. É que depois do erro cometido, nem o photoshop nos valerá.
coluna publicada a 6 de Abril no Meia Hora.
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Querida Sancha:
ResponderEliminarEstou no teu barco.
Quando, de vez em quando, há uma esperança baseada em comentários pseudo-sustentáveis dos governantes que, supostamente, valorizam o já dito e re-dito "devolver a cidade aos peões", voltam a aparecer decisões como esta, bem ao estilo americano "no car - no city" ou "no parking - no business", que aumentam desmesuradamente o tráfego na cidade dos nossos olhos.
Andar a pé e de transportes aumenta a nossa liberdade.
Viver numa Lisboa valorizada aumenta a nossa felicidade.
Garantir que ela sobreviva aumenta a nossa credibilidade.
1 beijinho, e parabéns pelo artigo.
Maria Albuquerque Lopes.