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05 abril 2009

a noite


O tempo passou e apesar de me teres entregue um exemplar que ainda guardo e que aliás te pertence, nunca consegui concretizar essa intenção. Reconheço que só agora me sinto capaz de partilhar, contigo, a tua NOITE. Agora, à medida que vou estando mais perto de ti, atenua-se a diferença abissal ente o ser que conheci e esse outro ser desconhecido que a construção deste espectáculo me vai revelando. Reconhecer-te-ei sempre nessa bela voz inconfundível que reúne o menino grande que emudeceu e a solidão de um artista que transcende a própria pessoa. Nunca sabemos que tornado o gesto poético pode engendrar.
Vejo-te junto do mar e através dele ressoam no meu peito as tuas palavras. Os personagens que hoje habitam a cena são outros tantos tu(s) e eu(s) que se servem da tua poesia para exercitar a aproximação à NOITE de cada um de nós. J.B.

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