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08 fevereiro 2010

GQ l Pelas ruas da cidade


O novo brunch do Chiado
Nunca é demais falar desta morada que me diz muito, não fosse quase colada ao alfarrabista do meu Pai. Cresci a subir e a descer as ruas do Chiado e assistir ao nascimento de tantos lugares novos, na minha capital deixa-me feliz pela evolução da cidade. O Chiado já oferecia os mais animados brunchs de fim-de-semana, no Royal ou no Kaffehaus, mas acaba de surpreender Lisboa, com a sofisticação do Quinoa que se instalou num antigo antiquário. Quem sobe a Rua do Alecrim em direcção ao Camões, não fica indiferente à porta encarnada do número 54. Depois da entrada, o Quinoa é uma padaria, uma casa de chá, uma morada para petiscos nocturnos de Quinta a Sábado e ainda uma loja gourmet. Com as vitrinas mais apetecíveis da cidade, os bolos, as tartes e as miniaturas abrem lugar a um novo conceito, felizmente mais bonito, das montras da pastelaria em Portugal. O pão em dez variedades é feito dentro de portas com farinhas biológicas, sem fermentos nem aditivos, mas apenas com a fermentação natural. Da carta inundada com ingredientes de excelente qualidade, destaco o brunch com o nome da casa, composto de uma taça de iogurte bio com granola e fruta fresca, selecção de pães, croissant ou brioche ou pain au chocolat, chá ou chocolate quente ou meia de leite, sumo de fruta natural, salada fria de queijos e enchidos e ainda ovos mexidos. Nos bagels a não perder o de requeijão e doce de abóbora, nas sanduíches quentes a de queijo da ilha e presunto e nas frias a de presunto com peras assadas e queijo roquefort e o trilogia de hambúrgueres biológicos, com mostarda, queijo emental e cebola caramelizada. A destacar também as sopas caseiras, os sumos naturais, as tartes merengadas, o iogurte grego com mel e nozes e os suspiros com canela. Ainda bolachas e empadas miniatura e uma selecção de produtos gourmet que passam pela Fauchon, a Mariage Frères ou pelas biológicas Prestat, Organiko ou Choco Vic. O chá de serviço é da Kusmi Tea, a apresentação e o serviço são extraordinários.

A cantina é cool
Não percebi ainda a falha de ter estado tanto tempo sem a conhecer. Não há dúvidas, a cantina tem mesmo muita graça e a qualidade da luz, perfeita, faz acontecer uma das minhas novas salas de jantar da cidade. Descontraída, divertida e eficiente, os candeeiros são raladores de legumes, as toalhas um verdadeiro clássico e os individuais uma das ideias mais elevadas que invadiu os restaurantes mais cool da cidade (também está no Buenos Aires nas escadinhas do Duque). Concebidos pela “Migalhas”, os individuais são também uma agenda cultural, uma genialidade a explorar em www.migalhas.org. A minha escolha elege a Pasta Baldraca, composta de fusilli, azeite, alho, espinafres, farinheira, requeijão e pimenta. Na escolha das sobremesas há opção entre pannacotta, o bolo de chocolate que não aconselho e ainda uma variedade de gelados. O serviço por ser tão eficiente peca por tirarem o prato da nossa companhia antes de terminarmos o nosso. E mesmo sem sobremesas à altura ou um couvert sem pão quente, a cantina vale mesmo a pena, nem que seja pela relação qualidade preço ou pelo ambiente, no meu testemunho sempre transversal e cosmopolita. Depois é só não esquecer que estamos numa cantina.

Para o ano dourado
Chamem-lhe capricho ou o que quiserem, mas desde que voltei para Portugal insisto em ter no frigorífico do andar atlântico uma garrafa de champagne. Nunca se sabe quem pode aparecer e a vida é curta demais para não estarmos preparados para o melhor. Nas grandes eleições para ir festejando o ano dourado, partilho o Cuvée René Lalou da Mumm, que produzido a partir da safra de 1998, contém um equilíbrio perfeito de uvas Chardonnay e Pinot Noir de doze vinhedos, localizados em toda a região de Champagne. Para beber e abusar em 2010.

2 comentários:

  1. Cool blog, tou longe, mas nasci em LX, adoro a idea de estar sempre a par do q se passa em LX.
    Keep writing....

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