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30 abril 2008

O Senso e a Cidade l Nas asas do desejo


aqui página 8 ou
Conduzida não por um príncipe catalão mas de Portugal voltei a abraçar a cidade de Barcelona e esvoaçando de mota pelas ruas da cidade confirmo por estas linhas uma morada longe da agressividade madrilena. Uma cidade que serenamente convicta de si própria, se enaltece como agradável a quem a habita ou procura.
Esquecida da arrogância guardada em memória lancei-me a um sorriso rasgado no primeiro dia de visita, aquando encontro ocasional com um tão desejado cartaz do filme Asas do Desejo de Wim Wenders. Com surpresa acabaria por me ser oferecido, apenas por ser uma lisboeta curiosa que prometeu ao futuro viajante da cidade branca, informação antecipada.
Sem tocar de perto os planos de Ildefonso Cerdà é inquestionável a sua visão notável de um lugar que nos envolve. Seja pelas esquinas truncadas, pelas geniais bicing's pedaladas pelos moradores desta atraente morada, seja pelas bow windows sem arrastamento de estores, seja pela inundação de árvores pelas ruas, ou pela energia vibrante que esta cidade transporta é louvável o seu posicionamento turístico aos olhos do mundo.
E tudo porque quem faz, faz bem feito e quem renova não estraga. Bem planeada e urbanisticamente quase perfeita, (sente-se falta de jardins no centro da cidade), Barcelona é sem dúvida uma cidade equilibrada onde a coerência urbana não nos faz gastar o stock doméstico de Alka Selser.
Porque sempre defendi que Lisboa tem tudo para merecer ocupar um lugar igual ou melhor, partilho a vontade de a destacar como quem abre um tesouro à beira da irreverência Atlântica. E a quem a constrói, suplico apenas o bom senso nas decisões futuras.

publicado a 28 de Abril no jornal Meia Hora.

24 abril 2008

Descobrir l sempre onde o mar começa


clique na imagem ou aqui (páginas 12 e 13).

22 abril 2008

c.b.m.i.


enquanto me espelho,
conserva-se o fogo.

os teus lugares ocultos
são sempre tão intransponíveis.

21 abril 2008

O Senso e a Cidade l Obrigada com canela


aqui página 9 ou
A 29 de Outubro de 2007 divulguei por estas linhas o lançamento do site do Fabrico Próprio, um projecto dedicado à Pastelaria Portuguesa e à sua relação com o design. Mais uma vez e para continuação do bem dos nossos pecados, dia 12 de Abril foi lançado o tão desejado livro “Fabrico Próprio – O Design da Pastelaria Semi- Industrial portuguesa”. Da autoria dos designers portugueses Rita João, Pedro Ferreira e Frederico Duarte, os bolos portugueses foram inventariados como objectos de design de pleno direito.
O livro de 292 páginas é bilingue (português e inglês) e regista a nível fotográfico e enciclopédico um total de 92 bolos e variantes dos mesmos, com respectiva identificação, ingredientes, características especiais e dados históricos. A acrescentar a esta enciclopédia de bolas de Berlim, pastéis de nata, parras, mil folhas, bolos de arroz, travesseiros, queques e a famosas pirâmides que inspiraram o início deste projecto, o livro é polvilhado por 23 visões de profissionais portugueses e estrangeiros.
Financiado pela Direcção Geral das Artes do Ministério da Cultura, com o Turismo de Portugal como patrocinador institucional, a ARESP e o CFPSA como parceiros estratégicos, o livro tem a Delta Cafés como patrocinador privado.
Sendo o primeiro inventário alguma vez realizado sobre a nossa pastelaria, única no mundo e sempre tão cúmplice dos hábitos portugueses, a iniciativa tem um valor precioso para a nossa cultura. Inspirada ou não pelos poemas de Cesariny, e porque o feito enaltece com certeza a marca Portugal, resta-me apenas partilhar com muita canela o meu Obrigada.
publicado a 21 de Abril no jornal Meia Hora.

18 abril 2008

Descobrir l para cidades sofisticadas


clique na imagem ou aqui páginas 12 e 13.

14 abril 2008

O Senso e a Cidade l Na magia dos detalhes


aqui página 6 ou
Da minha experiência de vida em terras da Batávia guardo como exemplo exímio o respeito ao património holandês. Com expedições nocturnas ao mais romântico dos programas, lembro com gosto as noites passadas a subir os alpendres das casas dos edílicos canais, onde confirmava a preservação não apenas dos lindíssimos edifícios, mas também dos seus interiores.
Com rigor e como manda a influência calvinista recordo-me quando o senhorio da minha casa teve de repetir o restauro de uma janela que dava para as traseiras do Museumplein, por não ter respeitado a traça original. Talvez por isso Amesterdão faça as delícias a quem procura e encontra uma cidade única na Europa.
Preocupando-me com a minha rainha branca é urgente a consciencialização de uma Lisboa preservada também nos seus interiores. Na busca incessante de uma nova morada tenho-me deparado com alarvidades para as quais não encontro justa explicação.
Moradores em bairros históricos que pela ordem de uma enorme falta de sensibilidade arrancam estuques da parede para encaixar sofás, escondem tectos trabalhados para colocar os tenebrosos focos em pladur e substituem lavatórios de cozinha de mármore antigo por outros de inox. Tudo em prol da palavra modernidade e falta de criatividade ecléctica. A juntar a isto, a capital fere-se ainda com o soalho flutuante e a destruição das marquises em ferro antigo.
Uma cidade enquanto vive evolui, mas que o ecletismo da sua história se faça com bom senso, condição indispensável para se manter única e especial. É que a exclusividade de uma Lisboa mais marcante estará sempre na magia dos detalhes.
coluna publicada a 14 de Abril no Meia Hora.

12 abril 2008

Descobrir l todo o tempo do mundo


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07 abril 2008

O Senso e a Cidade l Lisboa e o photoshop


aqui página 6 ou

A terceira travessia do Tejo foi aprovada na passada quinta feira, em Conselho de Ministros, com base num estudo comparativo do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil). O mesmo deu vantagem ao eixo Chelas/Barreiro em detrimento da Beato/Montijo, proposta no estudo sobre o novo aeroporto de Lisboa, encomendado pela CIP (Confederação da Indústria Portuguesa).

O presidente da Câmara de Lisboa anunciou que a nova travessia sobre o Tejo, entre Chelas e Barreiro, será rodoviária e ferroviária. Com uma extensão de 13 quilómetros, sete dos quais sobre o Tejo, com duas vias para a alta velocidade, duas para a rede convencional e duas laterais com três faixas cada para o tráfego rodoviário, a mesma permitirá assegurar a ligação em alta velocidade Lisboa - Madrid (TGV), a ter início em 2013. António Costa, defende ainda que parte das receitas das portagens deverão reverter para a melhoria dos transportes públicos da capital.

Questiono-me sobre a necessidade de uma terceira ponte nesta morada.Fará sentido uma travessia entre as já existentes 25 de Abril e Vasco da Gama? Enquanto qualquer cidade mundial restringe a entrada de carros nas cidades, reduzindo a poluição automóvel, fará também sentido aumentar o tráfego em Lisboa?

E sobre a enorme alteração ao impacto ambiental sobre a capital portuguesa, modificando por completo uma das mais importantes paisagens da cidade branca? Mesmo que o projecto da nova ponte venha a ser mais um ícone arquitectónico, temo por um dos mais bonitos postais de Lisboa. É que depois do erro cometido, nem o photoshop nos valerá.

coluna publicada a 6 de Abril no Meia Hora.

Descobrir l abram-se os panos


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barbela II


não serão as palavras,
mas os actos
que controiem
os mais dignos peixes dos cardumes.

06 abril 2008

barbela I


Conhecida também por diabo-do-mar, a Jamanta é um animal solitário, que ocasionalmente vive em pequenos agregados. Este animal dá-se bem com os mergulhadores e por vezes oferece-lhes boleia.
A Jamanta tem pele lisa e desloca-se na água batendo as barbatanas peitorais da mesma maneira que uma ave utiliza as suas asas de uma forma muito harmoniosa. As Jamantas são geralmente vistas na companhia de golfinhos e tubarões.
A alimentação da Jamanta é à base de pequenos peixes, também chamados de zooplâncton, ou seja, animais que andam à deriva no mar ao sabor da corrente.
Têm apenas pequenos dentes no maxilar inferior e nenhum no superior apanham os alimentos através de um filtro. A Jamanta nada com a boca aberta e leva o alimento em direcção à boca com a ajuda dos lóbulos. A corrente de água passa dentro da boca e sai pelas guelras, onde os filtros capturam as presas.
Têm de comer grandes quantidades todos os dias, porque as presas são pequenas. As Jamantas são animais solitários, mas juntam-se na época de reprodução. O período de acasalamento da Jamanta ocorre entre os meses de Dezembro a Abril, em águas tropicais e em redor das áreas rochosas dos recifes. Depois de acasalar com um segundo macho, a fêmea abandona o recife.