30 agosto 2009
28 agosto 2009
27 agosto 2009
a má emenda
Esperem lá...não sei se percebi bem. Querem retirar as marquises e sugerem estores para disfarçar?! Pior a emenda do que o soneto.
Marquises arrancadas claro que sim, mas na impossibilidade desse feito estóico - na minha cabeça possível - remenda-se " a coisa" com estores?
Por vezes sinto-me a viver num país de bimbos. Estores, paralelamente às marquises são dos piores detalhes urbanísticos de Lisboa.
marquises sim. e estores também...marchava tudo.
26 agosto 2009
sliding doors III
na vida não há decisões erradas. apenas opções - que aceites com coragem - nos transformam em seres humanos mais sábios. mais inteiros.
hoje, novamente numa estação de comboio, escolho a maneira mais digna de proseguir,
life is foward.
24 agosto 2009
GQ l Pelas ruas da cidade
Na memória guardava uma deusa de patins que atravessava a cidade pelo prazer de um Martini. Mas na experiência apaixonante da mais carismática terrazza de Milão, ou de cabelos ao vento a bordo de um Porsche pelas deslumbrantes curvas do Laco di Como, reconstruí a imagem de uma marca que se eleva pela alegria de viver. Na história desta bebida que tanto elogia as cidades apetecíveis, recolho duas fotografias intemporais. E se alguns anos separam um dos casais mais inesquecíveis da história do cinema, na sensualidade do Dolce Vita de Frederico Fellini, ou na exclusividade de um evento à porta fechada na Terrazza Martini de Milão, Anita Ekberg e Marcello Mastroianni representam bem a elegância desta bebida intemporal. Hoje com terrazze itinerantes em acontecimentos surpreendentes, como o festival de Cannes, o Grande Prémio do Mónaco, ou o Festival de Veneza, o conceito elogia não apenas uma deslumbrante vista sobre a cidade, mas também um fim de tarde que nos enaltece enquanto viajantes do mundo. Permanente em Milão desde 1958 e com passado nas cidades de Amesterdão, Sevilha, Roterdão, Montreal, Colorado, Atenas, Londres, o privilégio das terrazze é único: um imenso sentido estético, aliado a um imenso glamour vivido em intimidade. Adorada por ícones como Andy Warol, Sean Connery ou George Clooney, pelas cidades mais trendy do momento, ainda uma homenagem a uma vida celebrada em rosa, com o lançamento de uma bebida que está a engrandecer a luz das mais apaixonantes cidades do Mundo.
A praia urbana
Sempre que viajo transporto comigo um dos mais sublimes pensamentos da literatura portuguesa: viajamos para confirmar a existência do mundo. Se a viagem é apenas com a nossa companhia, a confirmação da ousadia traduz-se na liberdade de observamos melhor o que nos rodeia. Na sequência dessa experiência e ainda mal aterrada de uma viagem à beleza dourada da Toscânia, conheci o Urban Beach pelas palavras de um italiano, com quem me cruzei num dos terraços de Lisboa. Habituado a viver em várias cidades do mundo, o viajante elegeu a nossa cidade para a sua morada mais firme e foi com a qualidade de genuína que elevou o nosso potencial enquanto cidade Europeia. Sem qualquer tentativa de comparação, continuo a acreditar numa Lisboa mais rasgada, numa cidade que se consiga estender, depois das horas menos pessoais do dia. E se a praia urbana chegou até mim por um rendido viajante do mundo à nossa cidade, é num elogio ao Tejo que partilho a importância de um templo de fim de tarde, privilegiado como apenas vivi nos meus dias em terras helénicas.
Fresco, fashion e com glamour
Numa das tardes onde o tempo não se atreveu a viver mais depressa demais, tropecei num texto de um dos meus escritores de sempre. Na Avenida de excelência da cidade - a Avenida da Liberdade – Al Berto pede um Martini. E revejo-me quando escreve que é uma bebida “fatal”, inadiável. E mesmo não atravessando a Avenida para apanhar o elevador, elevo-me em glória, pelos sabores naturais e intensos da canela, da noz-moscada, do cravinho, do limão e da framboesa. Sempre de sorriso rasgado com hortelã e muito gelo.
sliding doors II
foi nesta estação de comboio que perdida em Itália, decidi ficar.
hoje, ao ler esta entrevista do jornal I lembrei-me das conquistas pessoais, da viagem e da intensidade das estações.
Tais como?
A palavra dada. A honradez. Hoje em dia pedir a alguém que seja honrado, que seja honesto, provoca geralmente sorrisos. As pessoas acham que é lírico, que é do século 19.
21 agosto 2009
19 agosto 2009
na senda da profundidade
em 2009 já fui provocada duas vezes (e ainda bem).
uma: de que os meus artigos costumam ter luz a mais.
o meu papel - por enquanto - é o de partilhar o que vale a pena nas nossas cidades, incidindo nos pontos mais fortes do que cada morada.
ao som de Lykke Li
Dance, dance, dance. Podia ser o nome de uma música da Lykke Li, mas quando escrevo o título de uma das músicas mais tocadas no meu ipod lembro-me da minha sugestão deste querido mês de Agosto. Nomes de filmes à parte, escolho para sugestão do mais dourado guia da cidade: dançar. Dançar e mover-se pelas luzes nocturnas de Lisboa, onde a oferta contrastante se rende às vibrações mais apetecíveis. Muitos são os que partem, mas a cidade reconhece-se consistente com as duas maiores novidades estivais. Na primeira partilha, a mais fashion e fresca bebida do Verão surge como um elogio a um estilo de vida: o Martini Rosato bebe-se de sorriso rasgado, com gelo e hortelã. Ainda no rasto do glamour, a nova praia da capital é a morada mais genial para os que ficam a tomar conta de Lisboa durante o Verão. Rodeada de Tejo por todos os lados e com uma sofisticação que apenas vivi nos bares e esplanadas em terras helénicas, este irmão do conhecido Kubo surge como um elogio ao Tejo: a envolvência é de tirar a respiração. Seja nas pistas de dança a céu aberto, seja no Silk, no Tamariz ou no Lollipop, a ordem é para dançar. Se os tempos quentes o levarem a terras do Sul, a não perder durante o mês de Agosto as festas numa morada que promete: o Faces receberá a tão esperada Jameson Summer Seriously Playful Party no dia 4, a Muum Summer Moon Party no dia 8, a 1001 Noites Beefeater no dia 10 e a Chivas Chivelery Party no dia 18. Por isso: dance, dance, dance.
Lisbon Golden Guide, Agosto 2009
prodigiosas
reponho neste post a imagem que acompanha a segunda pele de Alberto Caeiro.
um dos meus amigos mais queridos está me sempre a lembrar duas frases. a primeira que um ser humano não se avalia pela quantidade de vezes que cai, mas pela maneira com que se levanta. a outra diz que as palavras podem ser muito bonitas, mas será sempre nos actos que se distingue a verdadeira essência dos seres humanos.
estou com a nítida alegria - e não tenho a certeza porque o partilho - que me sinto mais humana na verdade mesmo que a mesma implique desertos mais longos. não sei - enquanto humanidade - no que nos estamos a tornar e pergunto-me muitas vezes como é que a beleza de tantos seres humanos se permitiu a tanta vivência descartável e a tanta "prostituição por migalhas". e quando escrevo esta frase observo-me mergulhada em humildade e silêncio, cúmplice dos que vivem o desafio de falar a mais ousada das linguagens, a da frontalidade com a sua alma.
confesso ainda, que este tipo de exposição no blog me tem surpreendido e por momentos quase que aceito - teaser de um amigo que me conhece bem - escrever a minha versão de um Bilhete de Identidade (testemunho de vida de Maria Filomena Mónica que tanto me ajudou a tomar a decisão mais difícil e vitoriosa do meu percurso de vida). o caminho terá de ser construído em verdade, e detentora de fibra - importante referir que a mesma não é virtual - vou continuar a acreditar na beleza do ser humano.
dizem-me que Plutão em Capricórnio está a mexer nas "estruturas". o que quer que isso signifique, a verticalidade será uma opção vencedora dos homens e mulheres, aos quais ouso chamar de pessoas, pessoas prodigiosas.
na destreza da distância
não me canso de ter a certeza que um dia quando partirmos, levaremos apenas duas coisas: a nossa experiência de vida e as memórias que deixaremos nos outros. nem que seja pela segunda, vale por isso sermos seres humanos inteiros e coerentes ao lado mais puro do que é ser humano mais limpo.
por vezes, não são precisos muitos minutos para a distância nos revelar o que nunca tivémos coragem para aceitar. a imaginação é uma fábrica prodigiosa daquilo que desejamos que seja o Mundo. mas o Mundo, esse legado de acontecimentos mais vezes densos do que leves, oferece-nos tudo de bandeja para optarmos pela dignidade mais fiel à nossa essência. no final fica a leveza de uma alma livre, aquela mesma sensação quando observamos a nossa verticalidade ao espelho: um auto-retrato sem grandes nódoas.
18 agosto 2009
a menina dança
a menina dança e sem interrogação.
tive o privilégio de o dançar durante quase duas horas. o par foi um sueco do qual não me lembro do nome e que provavelmente não voltarei a ver (a não ser que estejamos lá caídos para o ano).
é assim o andanças, um palco livre onde se chega para dançar com o desconhecido.
uma das noites a tenda dois quase ruiu, com a Musette, a Polka, o Tango, a Bossa Nova, o Jazz. Astor Piazzolla, Richard Galliano ou Tom Jobim. tudo pelos som de um acordeão em mãos lusitanas. se não imaginaria um escandinavo a acompanhar tão bem os meus ritmos latinos, o talento do João Gentil acompanhado do Luís Formiga foi sem dúvida - na minha experiência - o momento mais alto do andanças.
negócios de família
a actividade leiloeira em Portugal é pesada e pouco fresca, e que há coisas que podem ter cotação" fora dos mercados mais tradicionais.
A P4 vai leiloar o espólio pessoal do cantor, 25 anos após a sua morte. Objectos, fotografias, roupas, correspondência. É a primeira vez que a memorabilia de um músico pop vai a leilão em Portugal. Em Novembro, saberemos se estava na altura de coleccionar António Variações
António Variações era um coleccionador - de santinhos, de bonecos de plástico nus e carecas como bebés, de faiança portuguesa, o que confirma o "folclorista" que ele era (era assim que se definia musicalmente). Tudo isso está registado em fotografias tiradas em casa de Variações (as paredes são verdes, não há que enganar) e tudo isso, incluindo as fotografias, irá a leilão em Novembro.
A P4, a casa que no ano passado leiloou o conteúdo da mítica arca de Fernando Pessoa, chegou a acordo com a família do cantor - oito irmãos, a viver entre Braga e Londres - para leiloar o espólio pessoal de António Variações, que inclui manuscritos, correspondência, objectos pessoais, guarda-roupa, fotografias inéditas. Polaróides tiradas em Nova Iorque. António antes de ser Variações, a preto e branco, um mancebo sem barba rija, em tronco nu no meio do mato. Com os pais, ou na tropa em Angola. As sessões de fotografias na Fonte da Telha, com pulseiras feitas de dobradiças, tesoura a fazer de óculos e traje minimal.
Um programa de concerto de Amália Rodrigues, autografado pela própria: "Para o António, tão bonito que parece estrangeiro...". O casaco xadrez Pierre Cardin. Os brincos. Um esboço da capa do primeiro álbum, Anjo da Guarda.
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16 agosto 2009
as três vidas
um viajante da cidade imagina-me a desfrutar alegremente de momentos com o qual até poderia ter muito pouco a ver. mas essa – confessa-me – parecia-lhe ser precisamente uma das minhas grandes qualidades: apreciar pessoas e coisas tão diferentes de mim. e chama-lhe de qualidade rara.
foi preciso tempo para amadurecer. o crescimento e o meu esclarecimento sobre o funcionamento do Mundo levou-me a uma intenção transversal, onde me revejo nas muitas vidas que paralelas seguem um caminho. lado a lado. e se uns dias sinto também o peso sobre os ombros, ou a intensidade das camadas da solidão, hoje rasgo o sorriso quando caminho pelas ruas da cidade. o edifício já abanou, mas nunca ruiu.
jamais me sentirei pronta para o Mundo e são muitos os dias em que admiro sem partilha, o testemunho do homem de braços largos, que apenas fala no meu silêncio mais puro. e com a certeza de me sentir protegida no espectáculo enfadonho e miserável da existência, aceito os desertos sem água, muitos deles sem resposta, muitos deles sem verdade.
num destes dias cruzei-me finalmente com o autor deste livro. um amigo comum já me tinha falado muito dele, com a descrição de que era um companheiro de desafios sempre superados e com quem se poderia contar em caso de vida ou de morte. pouco sabia sobre ele, a não ser um livro de capa a preto e branco com um titulo a néon cor-de-rosa, com o qual muitas vezes me cruzava nos cúmplices corredores da FNAC do Chiado.
Quid Pro Quo e troco uma segunda pele da criarte com o último dos seus romances. um negócio injusto depois da intensidade das palavras que me iluminaram nos últimos dias. Ruy Belo será sempre um dos meus autores poderosos, mas sei reconhecer que há confirmações nas palavras dos outros que nem às paredes confessamos.
as verdades tropeçam pela noite dentro.
num conjunto de viajantes há sempre um que tem um brilho maior. hoje reconheço a diferença pela verdade: só sei viver assim e faço-o por conta e risco. e nesses minutos revejo-me numa das linhas mais poderosas destas páginas: se procurarmos a verdade, não devemos fazer pequenas concessões que, mais cedo ou mais tarde, acabam por se transformar em monstros de egoísmo que pedem incessantemente por mais.
nas palavras do autor observo-me no brilho incandescente, uma resposta a muitas das questões partilhadas. é desafiante viver o presente: o passado molda-nos, o futuro oferece-nos a ansiedade e o sonho. (renderei-me sempre à ansiedade como a última opção. darei primazia ao sonho). e confesso ainda que me revejo na esperança, mas descarto o temor para resolver os mistérios do Mundo.
a grande resposta estava afinal na última página. por isso recolho todas as palavras - as do livro e as outras - com um imenso abraço.
e hoje, enquanto os caminhos não recomeçam,
construo um corpo iluminado por dentro.
e imagino-me
por momentos, debaixo de uma árvore a fechar os olhos.
15 agosto 2009
a mancha humana
emprestado pelo irmão de sangue, mais uma adaptação do autor isolado que se foca na inteligência, na consciência. sempre "com palavras despudoradas", a fragilidade na complexidade das emoções.
-Tenho uma ligação, Nathan. tenho uma ligação com uma mulher de 34 anos. nem lhe sei explicar o bem que me fez.
Durante quarenta anos fez o que era necessário fazer. Andou atarefado, e a natureza, que é a besta, mudou-se para uma caixa. Agora essa caixa está aberta. Ser reitor, ser pai, ser marido, ser intelectual, professor, ler livros, dar lições, corrigir textos, dar notas, tudo isso acabou. Evidentemente que já não é a vigorosa besta lúbrica que foi. Mas o que resta da besta, o que resta dessa coisa natural, é com isso que ele está agora em contacto, com o que resta. E sente-se feliz por isso, sente-se grato por estar em contacto com o que resta. Sente-se mais do que feliz: sente-se emocionado, e já está ligado, profundamente ligado a ela, por causa dessa emoção. Não é de família que se trata, a biologia já não lhe serve para nada. Não é família, não é responsabilidade, não é dever, não é dinheiro, não é uma filosofia partilhada ou o amor à literatura, não são grandes discussões de ideias. Não, o que o liga a ela é a emoção. Amanhã descobrem-lhe um cancro e acabou-se.
Mas hoje, agora, tem essa emoção.
14 agosto 2009
12 agosto 2009
andanças
quatro dias com os pés muito sujos, um calor que se cola à pele e que é confirmado pela noite húmida da serra, bebidas servidas em copo marmita de metal, a dita marmita pendurada no gancho, os talheres de madeira, os pratos ecológicos, a comida vegetariana, as intensas tartes de gengibre, mergulhos em lagoas de água pura, cascatas apetecíveis, as costeletas maiores do que o permitido, a broa de milho como nunca antes vista, o vinho escolhido por dois deuses, os trilhos de pedra, o mel caseiro do pequeno almoço da D. Maria do Céu, tendas de muitas cores, as redes penduradas, filas para tomar banho, curvas e contra curvas, poços negros, poços azuis, as sombras das árvores, os livros lidos ao som da natureza, as pulseiras de cores fortes, as intervenções murais, as pulseiras no pé, a certeza da tenda seis, o Tango Novo, o Juan e a Graciana, a Kizomba, o Funáná, a Salsa o Meregue, as danças do mundo e outras tantas. Os malabaristas do fogo, a terapia do abraço, o acordeão do João Gentil, o workshop do sexo tântrico, os imensos rostos com quem tanto dançamos e já nos esquecemos do nome, portugueses a estudar na minha Amesterdão, suecos fascinados pela língua portuguesa, ou filipinos com um sorriso do tamanho do Mundo. Dançarinos de todas as idades e feitios, as calças largas, as ricas, as havainas e outras primas, os fatos macacos e a flexibilidade, e ainda a ausência de um encontro com um livro que atravessou o Atlântico.
em nome da dança e para repetir muitas vezes. mais aqui
10 agosto 2009
PersonalTime Newsletter nº 4 | Agosto
Muito sal na pele, muito peixe fresco, fins de tarde inadiáveis, intemporais. Mesmo de férias, a PersonalTime vai acompanhá-lo, onde quer que esteja, onde quer que precise. Ideias para quem fica a tomar conta da cidade, um bilhete esgotado, farmácia a altas horas da noite, uma ida ao supermercado ou um presente de última hora. Tudo para não sacrificar o mais sagrado da praia: a hora da luz dourada. Sem muitas palavras neste mês do descanso, o tempo é todo seu. Vá de férias e esqueça-se de tudo. Nós tratamos do resto.
05 agosto 2009
A cidade na ponta dos dedos l No rasto de uma diva
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Com uma identidade plena de glamour o Martini Rosato é a bebida mais expansiva deste Verão. Inspirada na frescura dos vinhos Rosé, a sua sensualidade eleva-se pelos sabores intensos do cravinho, da canela e da noz-moscada combinados com a frescura dos aromas da framboesa e do limão. Com ingredientes naturais é perfeito servido com muito gelo, sempre na companhia de folhas de hortelã. Perfeita para o europeu drink after business, a minha escolha elege a esplanada sobre o Tejo do novo bar do Altis Belém, ou a varanda do Shis, na Foz do Porto.
publicado a 1 de Agosto na revista Única do Expresso