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28 abril 2012

a vida será sempre curta demais

descobri este filme no arquivo. nunca o tinha partilhado e deu-me vontade de saltar. desta vez em junho e com o que tiver vestido. fechado.

27 abril 2012

Saída de Emergência Vogue l a importância dos clássicos





















Nunca me questiono sobre a importância dos clássicos. E no que toca ao Ritz Four Seasons não tenho dúvidas que é um dos mais constantes a acompanhar o pulsar da cidade. A respiração intemporal de um endereço que amadurece ao lado de Lisboa, enquanto vos escrevo estas palavras. Na companhia de muitas caras do mundo e de encontros de negócios, há ainda o piano que invade de sonho a atmosfera do bar carismático do Hotel.

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23 abril 2012

a tradição ainda é o que era


quem não se lembra destes cadernos na história da cidade? o Caderno Azul da Firmo está de volta. renasce agora com um papel mais distinto, tem uma bolsa na contracapa para guardar cartões ou pequenos documentos, e surge com um elástico para fechar o caderno (que pode ser vermelho ou azul, consoante a preferência do comprador) e inclui também uma fita marcadora.

a etiqueta da capa, uma verdadeira imagem de marca, tem uma ligeira alteração das suas cores. o caderno está disponível nos formatos liso, pautado e quadriculado, nos tamanhos A5 e A6 e é apresentado com um packaging identificador (azul, vermelho ou dourado, consoante o tipo de folhas no seu interior). desde 8,50 €, no caso do A6, e 9,90 € para o A5.


22 abril 2012

aquilo que somos



















na imortalidade do tempo, as portas das casas mais vivas da cidade, abrem-se a um futuro que não precisa de nome. horas que se abrem a memórias sagradas e que na beleza do tempo mais puro, constroem aquilo que somos.

questionam-me porque dois mil e dose é um ano bonito. na incerteza dos tempos, ou das caras que afinal não conhecíamos, há salvação nos postais - como o que habita nesta casa - que insistem em confirmar-nos toda a beleza. e se hoje sabemos que a casa mais importante é a interior, peço ao universo que nos leve, com suavidade, o receio dos momentos  em que questionamos a destreza da vida.

hoje, enquanto abro a porta e me é tirada a respiração, pela confiança, pelas decisões difíceis ou por o que julgámos não ser possível nos outros, a importância de que somos sempre maiores numa casa. numa casa edificada.



20 abril 2012

Saída de Emergência Vogue l 'Porque Lisboa é bonita'

























Luis Carballo está longe de imaginar que a minha discreta Leica vai roubando umas imagens que partilho nesta crónica. Passeando pela sala e falando com um sorriso largo com todas as mesas, o serviço está virado para o cliente, mas, mais do que isso, para a partilha humana. Todos os pratos chegaram em travessas porque na Taberna Moderna a missão é partilhar.

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18 abril 2012

a consertação da dignidade humana



é 'difícil' deitar fora uma vida. e não uso a palavra 'desafio' que costumo sempre trocar sempre pela 'difícil' por que é sempre triste e deplorável dar a quem precisa os objetos que um dia foram de Alguém. sempre que tenho saudades de quem me construiu gosto de alcançar a memória para eternizar o aroma dos dias vividos. perguntava-me porque seriam precisos tantos meses para partilhar as camisolas de lã compradas no falecido alfaiate Piccadilly da Rua Garret, do homem das mãos de veludo. o giz que antecipa as costuras dos fatos não dura para sempre, assim como não dura para sempre o movimento das peças que se decompõem num armário que já não abre as portas.

depois de mais de doze meses sou chamada à casa que me viu crescer. é preciso coragem para libertar as peças de quem me gerou vida, na certeza de que o tempo é o bem mais precioso da nossa passagem pela terra.

tropecei muitas vezes para ver este filme e quase a sair de cartaz, a procura da concertação de tanta coisa que nos acontece e não conseguimos encontrar explicação. o que fomos um dia, o que mundo esqueceu e a inércia da memória que insiste em esquecer quem um dia dava manivela às rodas do tempo da cidade. as estações, a importância das estações e das paragens que nos entregam respostas.

são vidas que merecem ser recordadas, cerca de oitenta e cinco mil idosos que estão esquecidos na cidade. essas vidas que guardam histórias saberes, urgentes a redescobrir e a partilhar com os que hoje dão roda à manivelas dos relógios de Lisboa. já sabem que não me imagino reformada e que me vejo a trabalhar até o Universo me levar, mas não estarei eu também a ser chamada num tempo tão importante para a salvação da humanidade, ao resgate urgente da dignidade humana?

neste filme, onde levei o coração da minha Mãe a desanuviar a entrega dos objetos de uma vida do homem a quem dedicou a vida, remato o dia com a perfeição das horas. um dia onde me é prometida uma chave, assim como quem pede uma solução ao Universo.

e se o bairro nos fala de amor, é no encontro da beleza de três descobridoras de histórias, três descobridoras de olhos grandes, que ouso o puxar o fio, a partilha da passagem do tempo, horas que prometem um voo a todos os corações disponíveis da cidade.

17 abril 2012

Lisboa, a cidade cénica



o novo anúncio Toyota é assinado pela agência Saatchi & Saatchi França e foi filmado a preto e branco em Lisboa sob a direção da Salto Brothers.

que linda fica Lisboa a preto e branco, não acham?

12 abril 2012

Saída de Emergência Vogue l Tabernas há muitas






















A personagem principal da experiência na nova taberna do bairro que me viu crescer – o Chiado – chama-se Bárbara. Poderia aplicar um ‘estudo psicológico’, ‘as suas causas remotas’ e as suas ‘consequências’ mas nesta morada retenho-me apenas nas flores, não na tragédia do final da história.

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'em busca do tempo perdido'






















Os idosos entraram na minha vida com mais força pela assistência da doença de Parkinson do meu Pai que me deu treze anos de curso de humildade. Observei o quadro mais bonito de entrega humana durante esse tempo da dedicação da minha Mãe em todos os minutos da sua vida. Com todos os defeitos que todos temos, há alturas da nossa vida em que percebemos do que afinal somos feitos e até onde vai o nosso limite. No caso da minha Mãe essa barreira é intransponível em relação aos outros. Contado não chegaria à altura de tamanha nobreza de coração que assisti entre quem me gerou vida e quem sabe um dia  o Universo me dê poder suficiente para dar mais forma aos feitos estóicos que existem no mundo. No meu mundo.

Depois de treze anos de entrega e da fusão do meu Pai com o Universo há um ano e de me questionar o que será da velhice de todos nós como reformados em Portugal, sei que a vida é e será sempre mais presente do que futura e em vez de me focar no amanhã e se terei alguém que tome conta de mim, como teve o meu Pai ou terá a minha Mãe, tenho a certeza que a minha Lisboa na ponta dos dedos pode fazer alguma coisa.

Costumo rir-me sempre que pago a Segurança Social e o que será de nós portugueses e resta-me a alegria de que partirei deste mundo a trabalhar. Não me imagino reformada. Percebem-me não percebem? E mesmo que não contribua para a sociedade com a mesma energia que tenho hoje enquanto vos escrevo estas linhas, sempre me diverti com o cenário lírico de que ao oitenta anos ainda andaria pelas ruas da cidade com botas de cano alto de verniz preto, cabelo ao estilo Audrey Hepburn a tertúliar algures numa  cave de Lisboa cheia de recortes e amigos a partilharem cálice de Real Companhia Velha.

Quando vejo reportagens como a que vos partilho em baixo, sela-se o manifesto que também quero fazer mais do que conversar com os idosos da minha rua ou oferecer boleia quando sei que precisam de ajuda. Ainda estou a cozinhar a ideia a mas coisa prometo estar à altura da tão bonita idea da Madalena Vitorino.

11 abril 2012

centros comercias, não obrigada






































Mais de trinta anos separam estas duas imagens. Na mesma rua, a do Alecrim, onde estendia as tarde passadas em brincadeiras pelas ruas do Chiado. Por isso olho com ternura para uma das minhas sobrinhas à porta do legado do Alfarrabista do meu Pai, as quais nunca levo a centro comerciais, faça chuva ou faça sol.

Quando li hoje esta notícia agradeci aos céus. Com o nosso clima os centros comerciais são uma afronta, não apenas ao dinheiro que Portugal não tem, mas como apelo compulsivo ao consumo. Felizmente a humanidade está a mudar e estamos todos, uns por opção, outros à força, a consumir apenas o mais essencial.

Lembro-me também dos meus três anos em Amesterdão onde era normal pedalar à chuva e que ao mínimo raio de sol via os meus vizinhos montar um mini kit esplanada no meio da rua. Descalços bebiam vinho, como quem recebesse uma dádiva dos deuses. Os centros comerciais sempre me incomodaram por isso nunca divulgo nenhuma loja que lhes pertença.

Eu farto-me de dizer que a penosa  crise (também para mim) também tem coisas boas e esta é com certeza uma delas, não concordam?


'Lisboa não é uma cidade qualquer'

Na sequência do post anterior e nas palavras com cinco anos mas tão atuais de Paulo Varela Cid, 'a esmagadora maioria dos países do mundo não têm nenhuma cidade como Lisboa, que seja património mundial'. Como é que entendemos a cidade?



Embora dramática (eu também o sou quando defendo tudo o que acredito), gostei da humildade da 'não inocência' quer do regime quer de todos nós. Já sabem que sou uma mulher de causas e quando vejo notícias como esta dos candeeiros do Terreiro do Paço sinto-me 'aturdida' e claro que seria impossível esquecer o grande Duarte Pacheco. Não é tão óbvio que é um erro crasso não salvar os últimos exemplares de um modelo de candeeiros do século XIX?








obrigada IGESPAR

lembram-se deste post em que queriam fazer um silo com três andares em vez do silo subterrâneo, para poupar uns trocos, na Ribeira das Naus? pois parece que afinal não estamos entregues aos bichos. mais uma vez peço desculpa por qualquer expressão vernácula, mas depois de ter que lidar todos os dias na minha cidade com o bloco obtuso da Agência de Segurança Marítima e do Observatório Europeu de Droga e Toxicodependência, que nos vira as costas ao Tejo, a tolerância é mesmo zero.

excelente notícia aqui e aqui. e enquanto escrevo excelente lamento perder energia com decisões que para o meu bom senso e amor ao meu país me parecem tão óbvias.

10 abril 2012

mais uma edição limitada que promove a economia da Vista Alegre




















A nova edição Naora chegou dias antes da Páscoa e já se juntou à família de cápsulas que celebram o meu ritual do pequeno almoço: fruta, o meu Nespresso e o pão da soberba Miolo, que todos juntos influenciam a boa energia do dia.

A cor deve-se ao sabor das groselhas selvagens e do mirtilo, uma edição primaveril que desenvolvido através da colaboração com a Federação Nacional de Produtores de Café Colombiano,  inspiraram-se na enologia para desenvolver uma pioneira 'colheita tardia'. No processo é utilizando um controlo rigoroso para permitir o amadurecimento dos grãos de café, até ao último minuto antes da colheita.

Excelente notícia para a nossa economia é que a Nespresso escolheu a nossa Vista Alegre para produção mundial da porcelana que acompanha esta edição limitada. A chávena transpira um ramo de uma árvore de café, com cerejas muito maduras, simbolizando o processo de colheita tardia. Depois das memórias de infância onde guardo com um selo a imagem do ritual do café de balão em família, haja ainda tempo para na velocidade das horas alcançar um momento, onde o bom dia se torna sagrado.

mais aqui.





'Lisboa, quem és tu?'

as paredes do Castelo de São Jorge servem de tela a um espectáculo multimédia que conta a história de Lisboa. mais aqui.





'Portugal é uma das melhores comunidades do planeta'



'Portugal é uma das melhores comunidades do planeta. As pessoas são uma delícia, o clima é maravilhoso e a sua base ligada à descoberta é surpreendente. Portugal precisa de exportar a sua poderosa história. Alguém tem de trabalhar esta importante plataforma'.

As palavras são do ex-publicitário Joey Reiman, que trabalhou as contas como a da Coca-Cola, MacDonald’s e Procter & Gamble.Apanhei no Imagens de Marca e pode ser lido na integra aqui.

06 abril 2012

Saída de Emergência Vogue l Comer o Chiado



Achariam que no fim de semana da Páscoa seria possível comer um Chiado? Lisboa continua a dar cartas e desta vez dou mais uma nota alta à terceira montra de pastelaria digna da nossa cidade.

Dizem os donos de muitos dos cafés de Portugal que a culpa não é deles, que o catálogo não lhes dá opção de uma montra digna da pastelaria portuguesa. A juntar às esplanadas de plástico e com logotipos indesejáveis, não sei se a culpa é de quem as escolhe ou de quem as fabrica, mas que é uma grande nódoa na cidade disso não tenho qualquer dúvida. Depois da Panificação do Chiado na Calçada do Sacramento e da Quinoa plantada na Rua que me viu crescer, a montra da pastelaria da Tartine comove-me pela simplicidade de que é sempre tão óbvio fazer tão bem.

continue a ler a Saída de Emergência aqui.

05 abril 2012

no poder puro das tuas mãos



num dos sítios menos improváveis da beleza de Lisboa, as mãos do Pedro conseguiram-me sentar num banco sobre o betão poluído. os deambulantes da cidade circulavam com a mesma passividade de quem não aprecia uma árvore frondosa, mas as mãos do Pedro eram mais sábias que tudo isso e numa cumplicidade energética, de quem sabe e alcança os estados mais bonitos da vida de um ser humano, fizeram-me abrir a porta da reconciliar das caricaturas de Montmartre. não sei se foi do talento do Galaxy Note da Samsung, mas acho que estou bem mais gata do que na realidade, não concordam?

01 abril 2012

somos galhos de uma enorme árvore, com nome de país

No dia em que escrevi este post e saiu para a o ar uma frase minha de 'fugir para Angola ou Brasil' fui mal interpretada (felizmente mais os elogios que as más interpretações), porque as reportagens inesperadas nem sempre são as mais perfeitas. E se vos pudesse contar os desafios que vivi este dia na minha vida pessoal e profissional, acho que não acreditariam, mas nada que um dia não seja declarado numa entrevista ou post, com humildade e um sorriso, de quem se propõe a superar todas as adversidades.

Independentemente da frase não ser feliz, porque sei que sou um ser humano em construção constante, jamais me passaria ofender qualquer ser humano que trabalha. A questão é que era fácil para mim fugir para o Brasil e não o fiz porque tal como Daniel Traça diz no extraordinário 'Feitos em Portugal' de Laurinda Alves e Marco Espírito Santo, seria impossível para mim trabalhar sem uma causa, uma paixão. E nessa luta de quem um dia também 'foi embora' e voltou, retenho-me ainda nas suas palavras de despreocupação em que todos são importantes porque Portugal de hoje não é apenas o território, mas também a imagem de 'Portugal no mundo'.

O 'Feitos em Portugal' de Laurinda Alves tem a capacidade de nos devolver uma auto-estima que defendo há anos e quer o Daniel Traça, quer a Diana Gomes da Silva tem um lugar especial no contributo desta causa. E por isso este terceiro episódio marcou-me especialmente e as minhas asas abriram de cumplicidade, quando a Diana lhe diz que a Mãe sempre lhe ensinou a não alimentar a palavra 'impossível' chegada pelas palavras dos outros. Ainda o espírito de sacrifício, o mesmo pelo qual também passo este mês especialmente para oferecer daqui a um mês um projeto que espero que tal como os da Laurinda, do Daniel ou da Diana contribua para a união de Portugal.

Como sempre disse, a árvore portuguesa é frondosa e há galhos que atravessam oceanos e continentes, mas todos pertencemos a esta terra, esta terra única e além fronteiras que nos move.