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30 maio 2006

do Santo Espírito


o feminismo está a passar por aqui,
nas escadinhas do Santo Espírito.

29 maio 2006

nas águas


nas águas
onde me libertava
registei
a minha e a tua
identidade.

Iduna


à sombra
de uma oliveira,

Iduna II


partilhavas
os teus segredos
mais puros.

no rio


um mar de gente
transformado em rio.

milhares de sonhos
em busca
de uma alegria
que nos move.

os bichos


enquanto
te segredava o dia
e alguns
dos meus maiores segredos,
a vida ensinava
à distância
o seu fiel destino.

26 maio 2006

anil azul


disseram-me hoje
que a criarte pintava pessoas.

aqui partilho
uma descoberta por Lisboa
surpreendente pelo anil azul.

25 maio 2006

na Marcos Portugal


encontrei
uma grande nódoa
no bairro do Príncipe Real.

23 maio 2006

caíram os panos


caíram os panos
na Rua do Carmo.

22 maio 2006

reconstrução II


hoje abracei
em tons de azul anil
aquilo que um dia
chamei de casa.

21 maio 2006

a trinta e cinco pés


este é também
o meu país
de água.

a trinta e cinco pés II


por momentos
resolvi
tirar os pés
da terra.

a trinta e cinco pés III


Tágide,
hoje
permaneço.

como musa
inspiradora
de Camões.

20 maio 2006

regresso


no reencontro
do meu amigo viajante
acedemos uma outra luz

o seu nome
regresso.

16 maio 2006

ao meu amigo viajante


no dia
em que o céu te recebeu
observo a riqueza
do que trazes contigo.

sobre o que persegues
espero-te sempre
como o último dos sorrisos
que envolve
em silêncio
aquilo que nos move.

Parabéns P.

14 maio 2006

minchins


à mesa e à volta dos amigos
abraço o testemunho
de uma história com vontade.

um amor que "escorre" limpo
entre sensações novas
e olhares brilhantes
sempre da cor do sal.

com o que desejas


pelas ruas e esquinas da Graça,
onde Bocage alcança agora
outra morada
lancei uma enorme gargalhada
num testemunho de cuidado
com o que desejas.

12 maio 2006

o novo mundo


nos dias
em que te esquecias
do meu perfume
e me trocavas pelas Indias
eu esperava

haja o que houver.

o amor
o verdadeiro amor
nunca o tinha conhecido.

10 maio 2006

com saudade


quando desço o Chiado
e passo junto à casa Pereira
não resito.

são as iguarias portuguesas
que ofereço com saudade
aos meus amigos helénicos.

ao sétimo dia


ao grande amigo do amigo
a ti Miguel que nunca conheci
a homenagem neste blog
ao sétimo dia.

a próxima paragem


um registo
que recebi
de um coração da Batávia.

proporciona-se assim
no metro de Paris,
a próxima paragem.

09 maio 2006

nas esquinas da cidade


não é do Al Berto
mas é de alguém
que ainda acredita
no amor
e nos reencontros

nas esquinas da cidade.

as meninas da poesia


no desbravar
das ruas de Lisboa
onde descansam
os maiores segredos
da cidade

as meninas da poesia
encontram-se.

sobre o resgisto
de Cesariny,
obrigada conVida.

07 maio 2006

a noite das pedras


imprescindível
à libertação de energia,
as mãos dos que escolhem
as palavras
que nos mexem.

a noite das pedras II


fresca e suave,
ela dança.

sempre à luz
de um outro
sistema Solar.

a noite das pedras III


fica assim para que o
invejem — indiferente
mesmo que o chamem.

por não sei que privilégio,
os gatos conhecem a eternidade.

Nuno Júdice in Zoologia: O Gato, este não fedorento

o bicho d' água


em Lisboa,
novos lugares
lembram as terras de Helena.
mais um ponto
na "nova Barcelona da Europa".

06 maio 2006

ConVida Liberdade


ConVida Liberdade
este Domingo
com o Jornal Público.

penumbra de Al Berto


nos dias
em que me reconstruía
encontrei-te
e rasgaste-me assim.

à mesa deixo
os amigos
numa penumbra de Al Berto
e essências de yasmin.

os monges
esperam por nós.

04 maio 2006

Ítaca


quando abalares, de ida para Ítaca,
faz votos por que seja longa a viagem,
cheia de aventuras, cheia de experiências.

e quanto aos Lestrigões, quanto aos Ciclopes,
o irado Poséidon, não os temas,
disso não verás nunca no caminho,
se o teu pensar guardares alto, e uma nobre
emoção tocar tua mente e corpo.
e nem os Lestrigões, nem os Ciclopes,
nem o fero Poséidon hás ­de ver,
se dentro d'alma não os transportares,
se não tos puser a alma à tua frente.

faz votos por que seja longa a viagem.
as manhãs de verão que sejam muitas
em que o prazer te invada e a alegria
ao entrares em portos nunca vistos;
hás ­de parar nas lojas dos fenícios
para mercar os mais belos artigos:
ébano, corais, âmbar, madrepérolas,
e sensuais perfumes de todas as sortes,
e quanto houver de aromas deleitosos;
vai a muitas cidades do Egipto
aprender e aprender com os doutores.

Ítaca guarda sempre em tua mente.
hás ­de lá chegar, é o teu destino.
mas a viagem, não a apresses nunca.
melhor será que muitos anos dure
e que já velho aportes à tua ilha
rico do que ganhaste no caminho
não esperando de Ítaca riquezas.

Ítaca te deu essa bela viagem.
sem ela não te punhas a caminho.
não tem, porém, mais nada que te dar.
e se a fores achar pobre, não te enganou.
tão sábio te tornaste, tão experiente,
que percebes enfim que significam Ítacas.

Constantinos P. Cavafis
Kωνσταντίνος Πέτρου Kαβάφης


Cavafis,
um dos maiores poetas gregos,
nasceu em 29 de Abril de 1863
e faleceu no mesmo dia
em 1933 em Alexandria no Egipto.

03 maio 2006

cinemascope


à descoberta de Lisboa,
sinto-me na "nova Barcelona da Europa".
descubro uma mulher
mais ousada
mais sorridente
e com lugares surpreendentes.

02 maio 2006

acordar em Lisboa


recebi hoje
por e-mail este postal.

aos olhos
das amigas da Batávia
foi assim
acordar em Lisboa.