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28 junho 2010

próxima paragem, fast lane



genial genial era fazer isto no metro da Baixa-Chiado,

não concordam?

27 junho 2010

Lisboa, o Tejo e tudo



quase três anos registei um amigo francês que não consegue abandonar a beleza da nossa cidade. ontem, numa viagem a Alfama e na necessidade de me sentir viajante em Lisboa, a parede gráfica do miradouro de Santo Estevão, dava lugar a uma epígrafe que homegeia a extensão do Tejo.

e se por momentos me perco nas escadarias e esquinas escondidas, é também com elas que confirmo a grandiosidade do ser humano e o ouro ainda por descobrir nesta cidade.

quanto à frase que hoje cobre esta composição gráfica, guardo-a
(guardo-a por momentos)
como uma miúda guarda um tesouro.

21 junho 2010

‘deixa-me dar-te o verão’



enquanto os prédios antigos do Loreto me surpreendem,
não te esqueças,

o verão é feito de coisas que não precisam de nome.

20 junho 2010

‘não há palavras. Saramago levou-as todas’



'Estou comprometido, ou seja, vivo, num mundo que é um desastre. O meu empenho está em não separar o escritor da pessoa que sou. Esforço-me, na medida das minhas possibilidades, em tratar de entender e explicar o mundo.'

depois de ouvir as homenagens a José Saramago, com grande comoção nas palavras e no 'era uma vez' da nossa Ministra da Cultura, o alívio da grandeza do homem notada em vida e a importância da consistência dos sonhos.

17 junho 2010

'the' portuguese cake in New York



O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo abriu em Nova Iorque. Digno da fita 'Chocolat' de Lasse Hallström, o famoso bolo de Campo de Ourique apareceu destacado no Dining and Wine do New York Times.

To New Yorkers, chocolate cake might mean crumb-dusted blackout, not layers of chocolate meringue and chocolate mousse with a thin glaze of ganache. But that is the signature dessert at the Best Chocolate Cake in the World. A restaurateur in Lisbon, Carlos Lopes, with his Manhattan partner, Adriano Lucas, created a version of a dacquoise he saw at Fauchon in Paris. Now Mr. Lopes’s shops sell his creamy confection in Portugal, Spain and Brazil, with a factory turning out 150,000 a year just in Portugal.

É sem saudade que me lembro do levantamento que fiz de Campo de Ourique, para os Guias Convida. E nem as boas lembranças (dos áureos anos oitenta) que ainda tenho deste bairro me salvaram. O que em tempos foi um centro comercial a céu aberto, para os bairros dos bairros da Estrela, da Lapa e das Amoreiras é hoje para mim um bairro à margem do meu quotidiano. Passo por lá apenas às sextas-feiras para comprar flores no mercado, levantar o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo ou para me abastecer de produtos orgânicos no supermercado de produtos biológicos Brio.

As cidades serão sempre as pessoas e nas memórias do levantamento das ruas, lembro-me que quase todos os seus comerciantes me passaram a energia de um copo meio vazio. Na percentagem do copo meio cheio estava a simpatia, o positivismo e a ambição de Carlos Brás Lopes, invejado na altura, imagine-se agora, que o seu negócio já atravessou o Atlântico e propõe-se a conquistar uma das cidades mais importantes do mundo. O que na altura recolhia pelas bocas de quem dizia: ‘mas quem é que ele (estamos a falar de um visionário que resolveu sonhar mais alto do que é habitual em Campo de Ourique) se julga para dizer que é o melhor do mundo?’ A indignação na altura não me espantou... afinal os Lusíadas do Camões acabam com a palavra ‘inveja’.

Se é o melhor do mundo será sempre uma opinião subjectiva, quando ao tamanho do sonho de Carlos Brás Lopes não tenho dúvidas: o homem sonhou, a obra cresce.

The Best Chocolate Cake in the World is $6.50 a slice, $36 for a whole 9-inch cake, $55 for 11 inches; 55a Spring Street (Lafayette Street), (212) 343-2253.

16 junho 2010

um chá no deserto II


regresso com as mãos mais humildes.
privilegiada a partir do momento que respiro a nossa brisa Atlântica, Lisboa recebe--me com suavidade, enquanto abandono a pele gasta de calor intenso. sem saudade, liberto-me dos 48º com 75% de humidade ou dos tórridos 53º que apanhei no deserto. no regresso ao passado, recordo-me que quando parti com o nome de um post que homenageava um dos filmes que mais gosto de Bertolucci, estava longe de imaginar que encarnaria o desespero de Malkovich em terras ‘emiratis’. na vontade do regresso, transportei na mala a confirmação do nosso papel no mundo e a ternura com que recordo todos os que constroem a tristeza das cidades inquebráveis.

e se o plástico demora anos a desfazer-se na natureza, os sorrisos livres dos povos mais nobres com que me cruzei – e homenageio a Índia, o Sri Lanka, o Paquistão, o Egipto, e as abençoadas Filipinas – paralizam-me na frase de um dos poetas desta cidade. a partilhar em breve em linhas 'fora de série'.

A cidade na ponta dos dedos l A cidade estética


clique na imagem ou se é assinante aqui.

A nova morada de um dos bairros mais desejados da capital, a varanda que promete animar as noites mais quentes de Lisboa e ainda uma obra de arte para desmontar em tempo estival.

publicado a 5 de Junho na Revista Única do Expresso.

13 junho 2010

santos populares, primeiro prémio


fica na Pampulha e é delicioso.

08 junho 2010

um chá no deserto


eu sei eu sei, ainda mal aterrei...mas vou ali, ali e ali e já volto.
em breve numa das minha colunas sobre a cidade.
até dia 14 terei acesso restrito a e-mail e telemóvel.

05 junho 2010

bocuse d'or genève 2010


vou ali e já venho.
em breve numa das minhas colunas sobre a cidade.

02 junho 2010

o encontro dos poetas, no novo café do Príncipe Real



o nome toca-me de perto. se em tempos o 'Orpheu' elevou os nomes de Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Armando Cortes Rodrigues, José de Almada Negreiros, Luís de Montalvor ou Alfredo Pedro Guisado, a intenção de 'agitar as inteligências e sensibilidades' no testemunho do novo café de uma das praças mais bonitas de Lisboa, não deu espaço (obrigada, obrigada, obrigada) para escandalizar quem tanto divulga esta cidade. (para quem não percebe porque escrevi a frase anterior, basta ver o que a Farmácia da Rua Dom Pedro V fez ao mobiliário antigo que lá habitava... e como se isso não bastasse ainda a quantidade de néons que nos rouba a magia da noite. uma afronta à minha pessoa e a todos os que amam a palavra património).

com a alta dignidade da poesia a ode é triunfal, quando observo a evolução de Lisboa. não pretendo levantar todo o véu, antes de partilhar este novo espaço numa das minhas colunas sobre a cidade. mas para já proponho-vos a visita à nova sala de jantar do bairro mais desejado da capital, colada à praça de táxis, com morada num prédio de azulejos (originais e não roubados, aleluia). registem que é para voltar muitas vezes, nem que seja pela simpatia dos proprietários ou pela aclamada decência do biscoito caseiro a acompanhar o café, um gesto tão generosamente básico e do qual tinha tantas saudades, dos meus três anos de vida passados em Amesterdão.

mais do que um nome que me comove, ou de um projecto feito com detalhe, ainda o testemunho da perseverança da Gabriela e do Rui, que abandonaram uma carreira fiscal por este sonho que agora serve a cidade. sim, tudo isso e um 'Ultimatum Futurista às Gerações Portuguezas' do meu tão elevado Almada Negreiros.

01 junho 2010

GQ l Pelas ruas da cidade


São Flores, senhores, são Flores
O Bairro Alto Hotel fez cinco anos e com ele o privilégio dos ‘drinks after business’ e tardes passadas numa das varandas mais fascinantes da cidade. Poderia escrever sobre o privilégio de pertencer ao The Leading Small Hotels of the World, sobre a energia contagiante de Adélia Carvalho, directora de hotel que mudou para sempre a energia do Chiado. Ainda sobre as paredes que transpiram os resgatáveis registos fotográficos de Rui Calçada Bastos, ou sobre o carisma do Tiago que nunca se esquece das broas de mel e canela a acompanhar o café, um pormenor com que me mimaram nos três anos vividos na Holanda e que devia inundar todas as bicas da cidade. Porque estas páginas são gourmet, estas linhas abraçam a genialidade do chefe Luís Rodrigues, alma do restaurante Flores, que ocupa a ala direita do piso térreo do hotel. A minha preferência vai para a hora de almoço, quando o Chiado fervilha o seu esplendor. Nas escolhas elevo nas entradas a Salada de requeijão com compota de laranja e telha de sésamo ou o Queijo de cabra gratinado com ananás, folhas verdes e vinagrete de coentros. Ainda o Mero assado no forno com esmagada de batata-doce e coentros com redução de balsâmico e o Lombo de pintada com polenta de caril e manga. Para sobremesa a Maçã reineta gratinada com creme de especiarias e gelado de chá verde. No jantar o Camarão salteado com leite de côco e alcachofras, Risotto de sapateira com espargos e cebolinho, o Bacalhau cozido em azeite com puré de grão-de-bico e chouriço de barrancos, acelgas e essência de poejo, a terminar com o Parfait de chocolate com gelado de tomilho. Ao Domingo ainda há um ‘brunch’ memorável entre o meio-dia e as quatro da tarde e termino estas linhas a achar que é uma tentação abandonar por alguns dias o meu andar Atlântico e mudar-me para um quarto com outra vista sobre a cidade.
Flores
Hotel do Bairro Alto
Praça Luís de Camões, 2 Lisboa
Tel. 21 340 8288
http://www.bairroaltohotel.com/
Todos os dias 12h30 – 15h
A partir de €20
Menú de Degustaçã (apenas ao jantar) €45
Brunch €20
Brunch ao Domingo
horário das 12h às 16h

Viajantes que ficam
Um restaurante que ofereça preços especiais em forma de menu (para almoço e jantar) adiou a minha curiosidade, mas confesso a rendição a qualquer viajante do mundo que escolha ficar na minha cidade. Cédric Lecler está em Portugal há vinte anos e abriu recentemente um restaurante de fusão com especialidades do mundo inteiro. Localizado num dos bairros mais apetecíveis de Lisboa, a experiência do restaurante familiar é já um marco no Príncipe Real. O ambiente descontraído, os legumes biológicos e ainda o chef Christophe Tondoux (que já passou pela Velha Gruta e pelo Chapitô) são talvez os motivos para a aclamação. Na minha partilha, o Pavé de maça com queijo de cabra pinhões e mel, Caril Thai suave de vieira e camarão. A pontuação máxima entrego-a de mão beijada à sobremesa original ‘Chamussas de massapão e mel’, que adorei pela quantidade (mais do que suficiente) e pela consistência crocante. A não perder ainda o Tagine de borrego com cuscuz e legumes bio. Não aconselho a pedir Mojitos e não aprovo as fardas inexistentes de quem nos serve. Mas há sempre salvação para contrapor a detalhes que podem ser facilmente contornados e no caso da Nova Mesa, o elogio maior vai para a cozinha exemplar, acessível na hora de retocar qualquer maquilhagem e que impecável, salta aos olhos de qualquer observador mais exigente.
Nova Mesa
Rua Marcos Portugal, 1 (Praça das Flores) Lisboa
Tel. 21 396 6287
http://www.restaurantenovamesa.com/
Ter a Qua 12h – 15h e 19h30 – 23h
Ter a Qua 12h – 15h e 19h30 – 00h
Almoço a partir de €13,50
Jantar a partir de € 24

'Um vulcão chamado desejo'
'Volcanic Desires' é um dos nomes dos famosos ‘cupcakes’ da Tease. De cenoura e canela com cobertura de natas frescas e cenouras biológicas, a escolha estende-se ainda a glacé de baunilha, queijo creme, rosa, chocolate ou caramelo. Se os famosos bolos da Rua do Norte são um autêntico vulcão na cidade, a deliciosa provocação é ainda extensível a um Qtease Cocktail de Dave Palethorpe, fundador do bar Cinco Lounge e sócio da Tease ao lado de Sónia Millard. A sumptuosidade é feita com pepino esmagado, folhas de menta, sumo de limão fresco, e ainda uma dose de G’Vine Floraison, equilibrado por goma de menta caseira, o que é a mesma coisa que escrever: uma fatal rendição à morada mais sexy do Bairro Alto.
Qtease Cocktail
Tease
Rua do Norte, 31 Lisboa
Tel. 96 910 55 25
www.tease.pt
Seg a Sáb 12h - 23h
http://www.tease.pt/
Cupcakes a partir de €1,8
Qtease Cocktail € 7