sss



30 novembro 2009

o abraço perdido



A Câmara Municipal de Lisboa disse que "as árvo­res foram aba­ti­das por­que cres­ce­ram mal, são mal for­ma­das, têm ramos dema­si­ado lon­gos e esguios sus­cep­tí­veis de se par­ti­rem, cai­riam com qual­quer raba­nada de vento, apre­sen­tam indí­cios de podri­dão facil­mente detec­tá­veis a olho nu…".

no Príncipe Real foram cortadas quarenta árvores centenárias e na vontade de as abraçar, lamento não ter ainda percebido o porquê da falta de acesso, ao plano de requalificação de um dos jardins mais desejados da cidade.

assine a petição aqui.

ante-estreia



Na sequência deste e deste post, a esperada ante-estreia do documentário A Primeira Fronteira estreia esta sexta-feira, às18h30 no BES Arte & Finança, no Marquês de Pombal. A entrada é livre, a apresentação é do João Tordo e promete deixar a pensar os mais ambiciosos sonhadores da cidade.

29 novembro 2009

less is more



Confesso. Roubei a imagem (funcionável apenas neste enquadramento dez por quinze) da minha amiga italiana a viver em Lisboa. A razão do furto: não quis ofender a minha Leica, ao absorver o mau gosto das luzes da cidade. E sim comparo-as com as luzes de Nova Iorque, Londres ou Paris que jamais me deram vontade de entrar numa farmácia desesperada por um alka seltzer.
Mais uma vez decepcionada, volto a oferecer para 2011 - e de graça - os meus serviços de consultoria estética para as luzes de Natal da cidade. O mau gosto, as formas, a mistura de cores, o azul... mas de onde surge o azul? Tudo nota muito baixa, com excepção para algumas formas sugestivas penduradas pelas ruas, na época mais santa de todas.
E por incrível que pareça é na a luz do dia, que vejo a imagem mais cénica: as luzes por acender, ainda brancas, penduradas nas árvores da avenida mais livre da cidade.

next year, please make it simple.

28 novembro 2009

mms



e é no detalhe inesperado, que ao viajar pelas ruas do teu Chiado, que rasgo também um sorriso... e imagino

onde estaria o coração deste calceteiro da cidade?

27 novembro 2009

na senda do sonho IV


o voo livre anda pelo Chiado?

26 novembro 2009

o viajante



Chegas com um mapa na mão, e na madrugada em que o céu te recebeu registo a imagem de um sagitário viajante. E chegas sem medo, numa noite de verdades mais puras, de verdades que não temem o silêncio ou a profundidade de uma solidão longínqua. Neste preciso momento abraço-te com a ponta dos dedos. E chegas numa noite em que a ousadia das palavras inteiras me confirmam todas as escolhas mais intactas. E mesmo sem sentir o poder puro das tuas mãos, abraço-te com humildade e agradeço o privilégio e o crescimento de uma árvore, que me confirmam a extensão da existência.

Esta noite, agradeço a chegada do viajante e enquanto tudo se inicia, na consciência do que precisas para percorrer o sonho, invoco a luz, a senda, a paixão e o fogo para te darem coragem e de novo em silêncio, ajoelho-me na destreza e peço ao Universo que consigas amar num sítio tão frágil como o Mundo.

(o Henrique nasceu na madrugada de 26 de Novembro de 2009)

24 novembro 2009

a porta



O mistério acaba já esta quinta-feira, quando o número 54 da Rua do Alecrim abrir finalmente a porta.
Aberta das 8h às 20h, uma padaria 100% biológica que é também um café, uma casa de chá (Kusmi tea de serviço), uma loja gourmet (Fauchon, Mariage Frères e muito mais), e que de quinta a Sábado fica aberta até à meia-noite, para uns petiscos de influência lusitana. O espaço está lindo e promete ser a nova princesa do Chiado. Mais detalhes brevemente, numa das minhas colunas sobre a cidade.

disse rebuçados de canela picante?

lembra-se deste post?



se Lisboa se renovasse sempre assim,
seria possível sonhar a minha cidade de olhos fechados.

Quem me conhece sabe que eu sou contra ideias de franshinsing na minha cidade (lamentarei sempre a falta de criatividade perante a potencialidade lusitana), mas a Papabubble é um delicioso projecto catalão que depois de abrir em Barcelona, Amesterão, Tóquio ou Nova Iorque escolheu também Lisboa. Se a ideia de a abrir na rua dos retroseiros é genial, para já, nota vinte para a manutenção dos vidros negros. Mais detalhes brevemente, numa das minhas colunas sobre a cidade.



discover

(...) needs to be deeplly experincend to be understood.

to DOC I



Lee Miller produced some of the most powerful photographs seen this century, from portraits of her friends such as Pablo Picasso, to her work as a correspondent with the US army in World War II. Beginning her own studio in Paris with artist Man Ray, she went on to work with Vogue, and in France, Egypt, and New York, being best remembered for her witty Surrealist images.

o primeiro daqui.



Lee Miller tirou o uniforme cáqui do exército, os coturnos pesados e entrou nua na banheira. Teria sido um banho como outro qualquer, não fosse a câmera do amigo (e amante) Dave Scherman, fotógrafo da revista semanal Life, que registrou o momento. A banheira não era apenas uma banheira. A casa não era apenas uma casa. E o dia não era outro qualquer. Tratava-se do banheiro da casa onde Adolf Hitler morara durante anos, em Munique, no número 16 da rua Prinzregentenplatz. E era 30 de abril de 1945. Naquela mesma noite, a rede BBC daria a notícia de que o ditador cometera suicídio, em Berlim. Além do local e da data históricos, a imagem resume num só clique quem foi a fotógrafa americana Lee Miller: uma mulher ousada, sem pudores e à frente de seu tempo, ex-modelo, musa dos surrealistas e, no momento daquele banho, correspondente de guerra da revista Vogue (sim, durante a Segunda Guerra Mundial eles não falaram apenas de moda). mais aqui.

GQ l Pelas ruas da cidade



No abraço do Atlântico
Privilegiado pelo Atlântico e pela temperatura apetecível, o convite a almoçar abraçada ao mar era irrecusável e depois de muito adiar – e enquanto escrevo castigo-me por não ter matado a curiosidade mais cedo – finalmente conheci o tão falado Furnas do Guincho. Num almoço de Sábado onde o Sol se fez sentir como num dia de Verão – e viver em Lisboa goza desta mais valia, mesmo em meses de Inverno - partilho nestas linhas que fiquei impressionada: um restaurante bem renovado sobrepõe-se a uma triste memória de marisqueiras típicas, que sempre me habituaram a uma falta de sentido estético. Mas mais do que um restaurante com uma situação fora de série e com um ambiente familiar, onde somos recebidos com bastante simpatia, o Furnas do Guincho enalteceu-se pela qualidade do peixe e do marisco. Na experiência fui conquistada pelo peixe fresco que finalizei com uma poderosa mousse de avelã semi-fria, que só me lembro de provar no Gambrinus em Lisboa. Nesta morada que me aproxima do Guincho, essa poderosa praia da qual mato saudades também durante o Inverno, a sofisticação impõe-se também pela simplicidade. E na comparação dos meus dias em terras helénicas, ainda o testemunho de que sobre o bom gosto das esplanadas pode ser tão fácil fazer tão bem.

Um foco mais do que merecido
Não há nada a fazer, a sofisticação do Porto transporta-me sempre aos meus dias em terras gregas. O projecto de interiores é do Paulo Lobo e como sempre, muito bem conseguido. Depois de uma A1 em prego a fundo chegava ao Pappa Razzi com o atraso de uma hora. Os amigos do Porto, que me recebem sempre como uma Rainha, esperavam no bar com a tranquilidade de quem adora viver numa cidade pujante de moradas como esta. E já sei que vou ser trucidada pela capital, mas mais uma vez tenho de afirmar que no que diz respeito a restaurantes, o Porto ganha a Lisboa com muitos pontos de vantagem. Em apenas poucos minutos de ter feito o pedido, estava servida com um Risotto Funghi, com cogumelos porcini, rúcula, queijo parmesão, o melhor que alguma vez provei no Porto e ainda uma Salada Razzi, com tomate, mozzarela fresca, courguettes, rúcula, queijo parmesão e salmão fumado. A rematar num sistema de partilha: um inacreditável Dolce Caramelo que consistia num Fondant de caramelo e açúcar servido com gelado de baunilha – nunca tinha provado nada assim - e o Dolce Papa Razzi, um Fondant de chocolate com açúcar e bola de gelado de citrinos e verduras. Como se a experiencia não bastasse, ainda garrafas de champagne com estrelas vivas, um serviço acima da média e uma atmosfera animada como só o Porto sabe fazer. E se podíamos viver a cidade do Porto sem o Papa Razzi? Podíamos, mas não seria a mesma coisa.

Em nome da elegância
Christian Lacroix elevou a elegante e sofisticada Chivas à categoria de alta-costura, com uma criação única para a Chivas 12 Magnum. No alinhamento da campanha “Live with Chilvary”, a elegância da garrafa faz honra à história dos valores da marca, com um novo formato de 150 cl, um formato maior do que o habitual. A Chivas e Christian Lacroix uniram-se assim pelo luxo, pela paixão, pela exuberância e pela ligação à história, numa garrafa translúcida, gravada a laser, numa edição limitada de 15 mil unidades. O resultado é sublime.

23 novembro 2009

silêncio



há dias assim, em que me sinto projectado para dentro de imagens duma memória futura, plena de luminosidade (...).
tenho saudades dos lugares que nunca estive, porque só nesses lugares, dizem, a vida continua.

21 novembro 2009

próxima estação III



na beleza da morada imaginada
e no silêncio da noite,

se hoje me puderes ouvir
recomeça, medita numa viagem longa

ou num amor
talvez o mais belo.


20 novembro 2009

miss shelf


Ainda a flutuar pela homenagem de ontem, este livro saltou-me à vista na livraria da Gulbenkian. Mas o malabarismo nos saltos altos para mergulhar nas páginas repletas de livrarias do Mundo davam-me além de uns olhos maiores, uma busca frustada ao tentar encontrar a nossa surpreendente Lello no Porto.
Discípula de Bernd Becher, a autora é hoje uma das mais conceituadas artistas alemãs contemporâneas. Na leitura da biografia fiquei também a saber que a fotógrafa precisa de visitar novamente Portugal.
The Sunday Telegraph, considera o livro, breathtaking... brings out the scale and beauty of these temples of learning, o que é de facto verdade, mas na ignorância dos dias - e nem o prefácio de Umberto Eco a salva - não resisti a enviar a sugestão, por e-mail, à autora Candida Höfer.
Logo vos digo a resposta.

19 novembro 2009

não sei que tempo duram as frésias


Ainda esmagada pela intensidade do dia sei que, tal como os livros de Almada, não teria palavras para conseguir deixar nestas linhas a emoção da homenagem.

Cresci no meio dos livros e das histórias mais inteiras. E na visão do cenário imaginado, um homem. Um homem que gerou a minha vida e que até ao fim dos meus dias imagino, com a ajuda de um poema de Herberto Helder, com um cenário de uma biblioteca a arder por trás.

Mais do que um legado de palavras, mais do que o homem que descobriu o primeiro livro impresso em Portugal (e com o qual iniciou a sua história de amor), mais do que uma biblioteca dedicada à Ordem de Cister (e que me deu o privilégio de um nome histórico), hoje, todos os amigos e pessoas que testemunharam a história de uma vida que terá continuidade no menino dourado.

E na memória de mais um dia claro, uma frase do poeta que escreveu o viajante sem sono,

afinal,
não sei que tempo duram as frésias
a rendição de um corpo
é sempre tão inesperada.



18 novembro 2009

"I love dreamers"

a Arte Lisboa provocou a minha maior parede, a parede branca onde todos os dias me refugio da poluição visual da cidade. Na senda do desejo, Joana Pimentel, Geles Mit, João Penalva, Pilar Béltran, Sodedad Códoba, a poderosa Helena Almeida, Jorge Molder e Duarte Amaral Netto.



song no.6


Descobri Ane Brun numa das minhas casas de jantar do Porto. O último álbum da cantora norueguesa, Changing of the Seasons já está disponível em Portugal e terá continuidade ao vivo e a cores, pela primeira vez em Portugal a 6 de Março 2010. amazing music girl.

17 novembro 2009

na senda do sonho III



ou o inconformismo como estilo de vida.

A Primeira Fronteira é um documentário que partilha como três jovens portugueses emigraram para Madrid, Bilbau e Barcelona, em busca dos seus sonhos. Porque estive envolvida numa parte do projecto fico feliz de o ver finalmente partilhado com a sociedade adormecida.

E não poderia deixar de agradecer, em especial, o testemunho do Zé Filipe, com quem tive há uns anos, num dos cafés mais enigmáticos de Madrid, uma conversa em direcção ao sonho. Nesse dia trazia as mãos protegidas por umas luvas da Luvaria Ulisses, de uma cor intensa. A mesma cor com que a partir desse dia, decidi incendiar as mãos, pela minha cidade.

No documentário, um empresário (Zé Filipe) que criou uma empresa a nível global, um dos melhores bodyboarders portugueses que procura ser o melhor do mundo, e um artista plástico que ao desenvolver um estilo contracultura vê os seus trabalhos serem expostos em todo o mundo como exemplo das novas tendências urbanas.

estreia a 5 de Dezembro na RTP2. explore aqui.

16 novembro 2009

give me that slow knowing smile



to Give Me That Slow Knowing Smile, Lisa Ekdahl vem a Lisboa dia 30 de Novembro à Aula Magna. mais aqui.

curiosamente o video tem cenas deste post que homenageia o Wong Kar Way, uns dos mestres mais visionários de sempre.

15 novembro 2009

someday



este post fez-me lembrar os surpreendentes pacotes de açucar,
que andam a rasgar sorrisos nos viajantes da cidade.

um dia,
um dia ainda me proponho (ao cinema italiano)
com uma frase do Al Berto.

13 novembro 2009

na senda do sonho II



No privilégio de escrever este post de olhos fixos no Atlântico e pela quantidade de piscinas que hoje rasguei enquanto me fundi com o sublime poder da água, partilho hoje, a beleza de uma visão.

Quando conheci o sonhador, num jantar de amigos, a intuição confirmou-me qualquer dúvida da chegada ao topo da montanha.
Pela luz, pela consistência, o sonhador movia-se ultrapassando a beleza exterior, com qualquer energia mais elevada, como quem sabe que um dia teria de se por a caminho. E lembro-me quando preparei uma entrevista sobre um estagiário de advocacia num dos melhores escritórios de Lisboa, com uma carreira promissora, aos olhos dos outros. Felizmente bastava-lhe apenas a palavra felicidade, ou o transcendente e irrecusável significado de uma vida abraçada à palavra inteira. Das dúvidas partilhadas lembro-me ainda das minhas palavras: sem medo. Quando um ser humano tem a ousadia de ser feliz no trajecto, o resto (sim será sempre preciso pagar contas deliciosas no final do mês) vem sempre.

Falámos ainda algumas vezes a descobrir tentativas de artigos sobre o taekwondo songahm, ou o que fosse, para não se aprisionar num caminho que não seria o da libertação. E lembro-me de absorver com acolhimento, os nove valores da arte marcial: a lealdade, a perseverança, a cortesia, o auto-controlo, a atitude, a honra, o respeito, as metas e a integridade (e aproveito para reviver a brutalidade deste post). A resposta estava na arte: "taekwondo" é uma arte marcial de origem Coreana que desenvolve as pessoas física e mentalmente e “songahm” significa templo em honra do pinheiro. Na Coreia, o pinheiro tem um simbolismo fortíssimo, representa a lealdade humana e a perseverança. A evolução do cinto branco ao cinto preto é metaforicamente comparada ao crescimento de um pinheiro ao longo de um dia, sendo que o cinto branco é uma semente plantada que começa a sua aprendizagem com a mente pura e limpa e o cinto preto representa o primeiro anoitecer do pinheiro já formado.

Desses dias retive a frase final da entrevista: quando é para agir deve-se mover, quando é para estar quieto deve-se compreender a quietude, quando é para dar a mão deve-se ensinar. E depois, depois perdi-lhe o rasto.

E um dia desta semana, enquanto o trânsito me aprisionava a beleza dos dias e depois de um treino onde a superação dos meus limites aumenta ainda mais a destreza com que me proponho a alcançar os sonhos, atravessava as ruas da cidade. Cansada e pronta para entrar na máquina de lavar com a roupa que se colava à intensidadade da pele e perdida na espera das ruas, olhei para a esquerda e tive a visão: o sonhador estava à porta da sua academia, vestido a rigor, a ensinar dois dos seus alunos, duas crianças que cresciam enquanto os olhos enormes absorviam as palavras do professor, que era olhado como um herói. Congelei o momento.

por vezes basta um segundo de um olhar,
para perceber a grandiosidade do sonho.

mas quando o tocamos na visão mais pura,

a palavra vida
é honrada pelo seu significado.

Porto cool II



Ainda não tinha partilhado a minha ida ao Porto no fim de semana de todos os Santos e já que é sexta-feira 13, parece-me o dia ideal para partilhar estas imagens e agradecer este post e ao Porto por ser tão cool, num projecto indispensável nas minhas visitas à cidade romântica.

Os registos são da festa Halloween organizada pela Fox no Jardim Botânico. E se o dia 13 a uma sexta-feira pode assustar alguns viajantes da cidade, a mim ofereceu-me de mão beijada uma frente de Smart nova: com agenda marcada para arranjar, um camião fez-me o favor de me beijar de frente e lá está, a energia positiva, a que muitas pessoas insistem chamar de sorte bateu-me à porta no dia em que vos partilho estas imagens.

sobre mesa



na importância dos detalhes,

a certeza de mais um sorriso rasgado,
quando encontrei o número zero disto,
numa das minhas casas de jantar da cidade.

cais 24



Desde os meus quinze anos que sempre gostei de me perder nas ruas da cidade, de cabeça elevada ao céu, a admirar os edifícios de Lisboa. Perseguida pela ideia de uma cidade imaginada gosto de ir coleccionando os bem recuperados, um a um. E talvez por isso, um happening como este alcança a minha curiosidade na exploração dos interiores, ou numa visão mais lírica, a vantagem de explorar o outro lado de uma porta.

Mais do que qualquer avaliação urbanística na minha cidade (gosto do projecto, não gosto da inserção), rendo-me à quantidade de iniciativas que têm acontecido em Lisboa e abrir as portas do Cais 24 a vários eventos e participantes (fui arrastada pela fascinante Fora de Série) confirma-me que a nossa capital tem acontecido mais vezes.

Na apreciação da morada e por melhor comodidade que tenha, jamais morreria de amores por um apartamento que de janela aberta me transporte em termos de barulho, à ideia de uma circular e os mais silenciosos, virados a Norte seriam impossíveis, pois a luz do Sol é-me absolutamente fundamental na eleição de uma casa. Os interiores são de facto inquestionáveis, principalmente a arrumação e as cozinhas brancamente escandinavas, não fosse uma obra do Arquitecto Aires Mateus.

Apaixonada pelas mais-valias de viver sobre o Atlântico, coloco a luz em primeiro lugar, a vista em segundo (felizmente é raro não ter a segunda sem a primeira), o terraço ou o jardim e os acabamentos. E mesmo no ecletismo da cidade, morada que para ser inteira deve existir sem guetos, ou condomínios fechados, aceito no pacote delicioso todos os defeitos: os vizinhos transversais e a variedade da fauna, que tantas vezes nos trabalha a tolerância.

Entre uma garagem e uns estuques antigos, escolho os estuques e se algum dia tenho dúvidas do esforço que é habitar um prédio com mais história, apenas me lembro da minha casa do século XVII na antiga Batávia: todas as inundações traziam-me canalizadores que além de serem uma homenagem à espécie humana, falavam sem excepção, um inglês britânico.

Em Lisboa não há canalizadores destes, mas há uma cidade cheia de casas com alma, cénicamente fascinantes e que na minha exclusiva e poética opinião estão longe de ser estas.




"ha detto impressionante?"


e com esta está decidido,
uns destes dias, ainda largo tudo
e aventuro-me no cinema italiano.

11 novembro 2009

to float



Já não bastava o Alfaiate Lisboeta, o The Lisbon Stylist e o Diário de Lisboa, a minha amiga Laurinda resolveu-me surpreender com o post de hoje.
A verdade é que esta cidade está cheia de lufadas de ar fresco e para homeagear quem não fica retido na miséria de uma noite gerada por um dia igual, uma das imagens iluminadas a que o Blog da Laurinda sempre me habituou. Ainda um agradecimento pelas inigualáveis entrevistas do Jornal I. Obrigada pela generosidade, obrigada pela existência.

A cidade na ponta dos dedos l Quando a reciclagem é visionária


clique na imagem ou se é assinante do Expresso aqui.

Um café que parece uma segunda casa, uma loja no Chiado que promete surpreender a visão e ainda uma ideia genial da marca que elogia as cidades.

publicado a 6 de Novembro na Revista Única do Expresso.