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13 novembro 2007

O Senso e a Cidade l O Mata Rato


aqui na página 7 ou

Aprovado em 2005, pela vereadora Eduarda Napoleão, ainda na autarquia presidida por Santana Lopes, e com aprovação do IPPAR (IGESPAR desde Março), o imóvel da autoria de Frederico Valsassina e Manuel Aires Mateus, aguarda apenas a aprovação da licença de construção, pela CML. Composto por 7 pisos acima do solo e 5 de estacionamento, com fachadas entre os 19 e os 22 metros, 10.000 metros quadrados em gaveto com apartamentos T0 e T2, o prédio terá lugar entre a Rua Alexandre Herculano, Largo do Rato e Rua do Salitre.

A construção do edifício promete muita polémica entre defensores do enquadramento histórico e adeptos de soluções arquitectónicas de ruptura. Há quem diga que a primeira impressão marca sempre, e a minha tem a percepção de uma volumetria excessiva, para aquele largo que se tem vindo a tornar numa passagem de veículos poluentes.

Os prédios laterais perderão a estrutura e o Chafariz do Rato, do século XVIII, perderá enaltecimento. A construção do edifício obrigará à demolição de imóveis como a centenária Associação Escolar de São Mamede e a Sinagoga de Lisboa ficará ainda mais engasgada. Olhando para as Avenidas próximas, penso que os exemplos de ruptura deixam muito a desejar e o prédio vizinho da Império nem precisa de comentários.

É certo que as cidades tem de crescer, mudar e evoluir. A diferença está em transformarem-se com qualidade e coerência urbanística. Não duvido da qualidade arquitectónica do edifício, mas será este o lugar certo para o colocar? Na dúvida e para não continuar a descaracterizar a nossa cidade, melhor que fazerem mal, é não fazerem nada.

coluna de opinião publicada a 13 de Novembro no jornal Meia Hora.

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3 comentários:

  1. O que posso dizer é que eu sou um daqueles tradicionalistas que está contra a construção de mamarraxos como este em zonas históricas e com uma envolvência que não se coaduna minimamente com estas construções.
    No entanto tb sou pelo progreeso mas em zonas onde o mesmo seja possivel sem apagar a história de uma cidade e sem a descaracterizar.

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  2. Eu, como cidadã e como arquitecta fico estarecida quando leio notícias destas...Quando constato que os lobbys e as influências e as amizades são o mais importante, apenas para o umbigo das mesmas. Dói-me perceber que os interesses falam mais alto que a voz dos habitantes, dos que vivem na e para a cidade. Também eu não sou extremista e não estou a avaliar a qualidade ou não do objecto aqrquitectónico, custa-me é o princípio, ou a falta dele, no pensamento da cidade...

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  3. Para quem não saiba este imóvel é do Diogo Vaz Guedes que por coincidência, ou talvez não, estava na Comissão de Honra da candidatura do António Costa (PS) à CML.

    No mínimo estranho!

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