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10 dezembro 2007

O Senso e a Cidade l Aguardarei atenta


aqui na página 8 ou

Existem moradas que me faltam e o miradouro de São Pedro de Alcântara é uma delas. Mesmo depois de o visitar sem autorização, no passado Julho, e porque era inadmissível não partilha-lo com um amigo viajante do mundo, é urgente a devolução deste marco lisboeta à dinâmica da cidade.

Irmão geográfico do renovado Elevador da Glória, este jardim construído no séc. XIX, também conhecido pelo nome de António Nobre está construído em socalcos, numa das encostas das sete colinas. Um ponto de referência, para quem se move no Bairro Alto e no Príncipe Real, este jardim goza de uma das fotografias mais viciantes do leste da cidade, com a imagem dos bonitos bairros da Graça, São Vicente de Fora e Castelo de São Jorge.

Prometida pelo vereador do ambiente e espaços verdes da Câmara de Lisboa, José Manuel de Sá Fernandes, a devolução está prevista para o início de 2008. Depois de quase um ano de obras paradas, por falta de pagamento da Câmara de Lisboa ao empreiteiro, e como um dos detalhes urgentes a resolver no combate à “Lisboa paralisada” de António Costa, a conclusão dos trabalhos reiniciados em Setembro é fulcral à auto-estima dos lisboetas. As intervenções nos lagos, estátuas, pavimentos, zonas verdes, iluminação pública e mobiliário urbano, com orçamento de 987 mil euros têm ainda previsto (e espero que com bom senso) a construção de um espaço de cafetaria, que será concessionada a uma gestão privada.

Por estas linhas aguardo atenta, uma das varandas onde costumo abraçar a cidade, e como escrevia o poeta que empresta o nome ao jardim, me esperam tardes de sonho em que a poesia escorre.

coluna de opinião publicada a 10 de Dezembro no Meia Hora

1 comentário:

  1. Minha querida Sancha,



    Para levezinha...

    1. Às vezes, só às vezes QUASE que compreendo as manifestaçoes de rua. Embora permitidas, nao sao no meu entender meios de pressao democráticos.
    Mas, com um slogan simples "S. Pedro de Alcantara ao Lisboetas" e ao Mundo, poderia ser um insubordinaçao social. É uma vergonha, se tivessemos nos vizinhos Adega do Machado ou no Luso diríamos: "tudo isto é triste, tudo isto é fado".(ver ponto 7).

    2. A expressao irmao geográfico tem beleza poética.

    3. Promessas leva-as o vento e os Vereadores de cores estranhas (nao confundir com entranhas) fazem as suas. Conta-nos a história que este senhor é mais de impedir que se faça do que de fazer. Nao é o único. Nao tem a ver com cor. "Sao conservadores serôdios de direita e de esquerda. A direitada e a esquerdalhada." (meu querido Carlos Lourenço Fernandes). Sao forças que ataram poitas aos pés de Portugal e nos puxam para o fundo. Como todos, também teêm interesses.

    4. "Lisboa Paralisada", nao será SÓ de António Costa. Embora seja, outra vez, a grande linha estratégica da política municipal da capital do País (pois é! convém nao esquecer: somos uma capital Europeia. Recebemos os nossos "sócios" da UE e esquecemo-nos que somos como Londres, Paris, Berlim, Madrid, Amesterdao, Roma, Atenas...)

    5. "Lisboa Paralisada", uma nova crónica...?...?

    6. O Jardim de S. Pedro de Alcântara é de facto uma varanda, um terraço, um balcao, um camarote de luxo para observar uma Lisboa.

    7. Fui ver la película "FADOS" do Carlos Saura (estranho como a partir de determinados níveis se podem tratar as pessoas por "tu"). Gostei. É uma interpretaçao do Saura. Já fez outras. Aconselho também "Flamenco" e "Tango". Mas, a verdade é que há momentos de absoluto prazer e estéticas comtenporâneas. Que bom: um espanhol divulga PORTUGAL no mundo. De resto muitos estrangeiros divulgam a nossa cultura no mundo. É bom.

    Um beijinho do East End,


    GG

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