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15 outubro 2008

O Senso e a Cidade l De um azul lindo


aqui página 7 ou

No seguimento do senso da semana passada e porque somos seres humanos mais luminosos, quando vemos os desafios da vida pelo lado menos cinzento, esta semana o agradecimento ao poder do azul.

A implementação cromática em alguns prédios devolutos da cidade foi uma ideia de Eko Five, um graffiter de 32 que agarrou no projecto de arte pública "Da Onda Magnética” do catalão Blai Mesa e da brasileira Verônica Volpato.

As intervenções no património mal tratado, atenuam sem qualquer dúvida a desilusão da não preservação dos edifícios da cidade. Implementadas em Agosto, enquanto Lisboa descansava e porque o efeito surpresa tem sempre uma força de impacto acrescida, as onze portas entaipadas foram pintadas de um azul lindo, o qual não me atrevo a definir por palavras. As operações tiveram lugar na Avenida da Liberdade, Calçada de Santo André no Castelo, Rua Bernardo Lima ao Conde Redondo, Rua das Escola Politécnica, Rua das Janelas Verdes, Rua Angelina Vidal no Intendente, Rua de São Lázaro ao Martim Moniz, Rua das Fontainhas na Mouraria, Rua da Regueira em Alfama, Largo do Príncipe Real e a minha preferida no número 29 da Rua Sousa Martins.

Confirmo a magnitude da cor e o enaltecimento dos viajantes da cidade, quando deparados com frases e pensamentos, que nos movem cada vez que lemos “algo de bom vai acontecer, os optimistas estão por perto”. Além de recriar uma capital interactiva, a intervenção é rigorosa no que toca a não estragar o património e se a ideia é genial, relendo as palavras da porta da Mouraria, a missão a uma preservação incompleta, mostra-se gloriosamente perfeita.

publicado a 16 de Outubro no jornal Meia Hora

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