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30 outubro 2008

O Senso e a Cidade l o Tejo das costas Largas



Sendo Lisboa uma cidade de sete colinas, proporciona-me altos e baixos estimulantemente contrastantes. Mas além da altura da sua beleza indiscutível, existem momentos reduzidos aos quais não me pretendo nunca me conformar.
Um desses exemplos acontece sempre que me desloco a um dos 4 cartões-de-visita da capital, a Bica do Sapato, o Delidelux, o Casanova ou o Lux. Todos exemplos contrários à construção aberrante da Agência de Segurança Marítima e do Observatório Europeu de Droga e Toxicodependência, que viram as costas ao Tejo em pleno Cais do Sodré.
Serão sempre e até ao dia em que o céu me volte a receber, uma irreversível e vergonhosa pedra do sapato. Como se este desabraço ao rio, oferecido de mão beijada não bastasse, a ampliação do terminal de contentores de Alcântara que o Governo quer levar por diante, implicará uma muralha com cerca de 1,5 quilómetros com 12 a 15 metros de altura, entre a minha querida capital e o Tejo.
Sem qualquer concurso público o alargamento da exploração do terminal de Alcântara, por mais 27 anos é justificado pelo Governo como uma compensação ao investimento de mais de 220 milhões de euros, que a Liscont vai fazer na obra de ampliação do terminal.
Eu sempre gostei de portos. Eles alongam-me ao Atlântico, sempre que observo os contentores de diferentes cores. Mas será preciso continuar a desperdiçar lugares centrais para o abraço da cidade ao Tejo, ainda mais numa zona que promete revitalizadores projectos de Frederico Valsassina, Aires Mateus, Jean Nouvel e Mario Sua Kay com o esperado projecto Alcântara XXI?
E escrevia eu sobre a ideia de mundo…
assine a petição aqui.

1 comentário:

  1. De facto é incrível a maneira sem vergonha com que estes políticos/empreiteiros/gananciosos nos vão desfigurando a cidade impunemente! Absolutamente impressionante! Como é possível que nada os páre?! Que lobby viscoso difícil de lavar. De facto este país é só ladrões e advogados! Não temos muito mais.. Já agora repara no belo edifício que a camera aprovou para colocar na Praça do Saldanha mesmo de frente para quem sobe a Fontes P Melo. Parece um prédio do Taveira mas esconderam-lhe os lápis de cor e ficou a branco (menos mal). Pergunto-me como é possível, numa avenida daquela importância, matar uma perspectiva da cidade, pois um arquitecto pseudo-moderninho conseguio plantar ali mais um exemplo de "bom-gosto" português.. Espera aí que afinal são, ladrões, advogados e saloios. Assim é que é.

    MC

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