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24 agosto 2009

GQ l Pelas ruas da cidade


A vida em rosa
Na memória guardava uma deusa de patins que atravessava a cidade pelo prazer de um Martini. Mas na experiência apaixonante da mais carismática terrazza de Milão, ou de cabelos ao vento a bordo de um Porsche pelas deslumbrantes curvas do Laco di Como, reconstruí a imagem de uma marca que se eleva pela alegria de viver. Na história desta bebida que tanto elogia as cidades apetecíveis, recolho duas fotografias intemporais. E se alguns anos separam um dos casais mais inesquecíveis da história do cinema, na sensualidade do Dolce Vita de Frederico Fellini, ou na exclusividade de um evento à porta fechada na Terrazza Martini de Milão, Anita Ekberg e Marcello Mastroianni representam bem a elegância desta bebida intemporal. Hoje com terrazze itinerantes em acontecimentos surpreendentes, como o festival de Cannes, o Grande Prémio do Mónaco, ou o Festival de Veneza, o conceito elogia não apenas uma deslumbrante vista sobre a cidade, mas também um fim de tarde que nos enaltece enquanto viajantes do mundo. Permanente em Milão desde 1958 e com passado nas cidades de Amesterdão, Sevilha, Roterdão, Montreal, Colorado, Atenas, Londres, o privilégio das terrazze é único: um imenso sentido estético, aliado a um imenso glamour vivido em intimidade. Adorada por ícones como Andy Warol, Sean Connery ou George Clooney, pelas cidades mais trendy do momento, ainda uma homenagem a uma vida celebrada em rosa, com o lançamento de uma bebida que está a engrandecer a luz das mais apaixonantes cidades do Mundo.

A praia urbana
Sempre que viajo transporto comigo um dos mais sublimes pensamentos da literatura portuguesa: viajamos para confirmar a existência do mundo. Se a viagem é apenas com a nossa companhia, a confirmação da ousadia traduz-se na liberdade de observamos melhor o que nos rodeia. Na sequência dessa experiência e ainda mal aterrada de uma viagem à beleza dourada da Toscânia, conheci o Urban Beach pelas palavras de um italiano, com quem me cruzei num dos terraços de Lisboa. Habituado a viver em várias cidades do mundo, o viajante elegeu a nossa cidade para a sua morada mais firme e foi com a qualidade de genuína que elevou o nosso potencial enquanto cidade Europeia. Sem qualquer tentativa de comparação, continuo a acreditar numa Lisboa mais rasgada, numa cidade que se consiga estender, depois das horas menos pessoais do dia. E se a praia urbana chegou até mim por um rendido viajante do mundo à nossa cidade, é num elogio ao Tejo que partilho a importância de um templo de fim de tarde, privilegiado como apenas vivi nos meus dias em terras helénicas.

Fresco, fashion e com glamour
Numa das tardes onde o tempo não se atreveu a viver mais depressa demais, tropecei num texto de um dos meus escritores de sempre. Na Avenida de excelência da cidade - a Avenida da Liberdade – Al Berto pede um Martini. E revejo-me quando escreve que é uma bebida “fatal”, inadiável. E mesmo não atravessando a Avenida para apanhar o elevador, elevo-me em glória, pelos sabores naturais e intensos da canela, da noz-moscada, do cravinho, do limão e da framboesa. Sempre de sorriso rasgado com hortelã e muito gelo.

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