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01 fevereiro 2010

fill the bill


o amigo sábio disse-me ser urgente e ainda mal aterrada do maravilhoso fim de semana no Porto mergulhei no Up in the air.
Com uma consistência diferente do que estava à espera, e com um epílogo mais fraco do que o imaginado (também no cinema, a satisfação é sempre igual a realidade menos a expectativa) não deixei de gostar do filme. O argumento enaltece o nosso papel mais elevado enquanto seres humanos inteiros e extensíveis, mas no final senti falta da irreverência do outro lado da história.
A genialidade está na proeza de nos conseguirmos identificar com as diferentes personagens várias vezes. A melhor cena do filme acontece no fill the bill. Em segundos identifiquei-me com a fragilidade ou insegurança da executiva iludida com o preconceito do que seria melhor. Mas mais do que palavras (e muito mais do que palavras perdidas em inconsistências que não respeitam a nossa entrega ou essência mais pura), os seres humanos medem-se, medir-se-ão sempre, pelos actos.
Já longe do cenário projectado, do cenário que se veio a revelar longe da beleza de um pacote embrulhado a ouro, reconheço mais uma vez que a vida tem sempre planos para nós, mais elevados do que aquilo que esperamos. E enquanto guardo os conceitos numa gaveta com chave, abraço as nossas certezas mais perto da beleza do mundo, ou de um voo livre de uma cena longe das cidades formatadas.
hoje, de volta ao jardim secreto solto a linha,
e voo lentamente.

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