07 julho 2011
eu sei quanto tempo duram as fréseas
passaram quase quatro meses desde a partida e hoje rompo a promessa das emoções mais expostas. volto a adormecer com o coração mais humilde. não apenas pela admiração da mulher destemida que cresci a admirar, não apenas pela Mensagem de Pessoa que me chegou também pelas sábias mãos de veludo. não pela falta de medo ou por uma vida entregue à cidade.
hoje ajoelho-me em homenagem de Maria José Nogueira Pinto, uma mulher que nas fraquezas e limites da condição humana mostrou que 'uma vida boa não é uma boa vida'.
que estes momentos espalhem a certeza dos 'dias distantes de uma vida que pode ser interminável'. também pelas famílias que tanto amamos e que com nobreza queremos dar continuidade. ainda o sonho. o sonho e a coragem de lutar por aquilo que sabemos ser a nossa fórmula de felicidade e de não deixarmos refém do ego solitário, todos os sentimentos, os melhores que podemos ter com o mundo.
que 'nada nos falte'. para ler aqui.
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estes rompimentos com 'a promessa das emoções mais expostas' deixam-me sempre sem palavras, mas reconheço que os mesmos fazem-nos falta e são-nos muito úteis. força. abraço (também de joelhos), dg
ResponderEliminardg as suas mensagens são sempre tão bonitas.
ResponderEliminara vida é curta demais e ontem ao ler o artigo perto da minha Mãe, tive ainda mais a noção deste 'lugar tão frágil que é o mundo'. quando um parte, realizamos na pele que afinal um dia vão mesmo embora... e é assim com todos os que amamos. amigos, família, amores incompletos ou desconhecidos com quem trocamos sorrisos silênciosos pelas ruas da cidade. por isso partilho novamente o poema de Tolentino Mendonça quando diz para 'não deixarmos o nosso amor refém dos mal entendidos do mundo'. não devemos ter receio ou vergonha em mostra-lo. vergonha seria não fazê-lo.
é que amanhã, quem sabe se será possível?...
não poderia estar mais de acordo. a idade (que gosto de pensar que ainda não é muita) já me ensinou que sou mais feliz quando o demonstro, quando não escondo o afecto ou adio o abraço. não podemos perceber o quão frágeis somos apenas quando deixamos de o ser, e portanto concordo.
ResponderEliminarquanto à perda e ao trajecto curto que aqui temos, partilho consigo que li o 'morreste-me' do josé luis peixoto quando (aí sim) tinha muito menos idade e acho que esse texto mudou a minha vida, também, a partir daí, eu 'nunca esquecerei'.
obrigado. um abraço, dg